As equipes de manutenção do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) trabalharam por mais de dois dias na desobstrução de uma rede de esgoto na rua Chapada dos Guimarães, entre o bairro São Jorge e o assentamento do Glória. Além de pedras, os técnicos retiraram da rede peças plásticas de veículos, carregador de celular, preservativo, calçado, lingerie e sacos de lixo. O caso exemplifica a recorrente utilização inadequada da rede de esgoto devido ao descarte de lixo e as constantes ações de vandalismo, que geram prejuízos para os próprios moradores.
De acordo com o diretor técnico interino do Dmae, Leocádio Alves Pereira, a consequência principal do descarte irregular de lixo no vaso sanitário ou na pia da cozinha, assim como atos de vandalismo nos poços de visita é a obstrução da rede, que repercute diretamente nas residências. “Isso causa o refluxo na rede coletora e, como efeito, o refluxo na rua e nas casas atendidas por esta rede”, explicou.
Ainda conforme Leocádio, as redes são projetadas para receber apenas líquidos. “Peças de veículos, plásticos e até uma pedra foram retirados em uma manutenção recente. Neste caso, estávamos tendo muitas reclamações de extravasamento de esgoto na rua. Foi preciso fazer uma vasta investigação até chegarmos nos materiais. Nossas tubulações não estão preparadas para esse tipo de material, resultando no aumento do número de atendimentos, risco de danos às instalações das estações de tratamento”, explica.

Alto custo
O Dmae realiza, em média, 30 desobstruções de rede de esgoto por dia e tem um custo aproximado de R$ 300 mil por mês. Além dos desentupimentos, a autarquia gasta cerca de R$ 150 mil para limpeza das estações de tratamento e elevatórias de esgoto, onde se retira aproximadamente 120 toneladas de resíduos sólidos.