Na tarde desta terça-feira (5), mais de 60 servidores municipais participaram do curso “Receptividade da Pessoa com Deficiência”. Promovido de forma gratuita pela Prefeitura de Uberlândia, por meio da Diretoria de Gestão de Pessoas da Secretaria de Administração, o curso dividiu-se em duas partes: uma prática, coma vivência de deficiências físicas e uma palestra sobre a Lei de Cotas, bem como direitos e deveres.
Segundo o Diretor de Acessibilidade e Mobilidade Reduzida da Secretaria Municipal de Planejamento Urbano, Idari AIves da Silva, a ideia surgiu de uma reunião entre o setor de recursos humanos da Secretaria Municipal de Administração, o Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (Compod) e a Diretoria de Acessibilidade, onde foram apresentadas as dificuldades de tratamento do receptivo das pessoas com deficiência.
“A partir disso, evoluímos para a ideia de fazer essa capacitação para a recepção dos novos servidores que chegarão à prefeitura por meio dos concursos, seja o da prefeitura ou do DMAE. Assim, essas pessoas que serão admitidas poderão ter tratamento na justa medida do seu direito e exatamente também na justa medida do seu dever, para que possamos ter trabalhadores produtivos, engajados com o poder público e responsáveis por aquilo que estão fazendo. A gente não admite, de maneira alguma, que a pessoa, por ser uma pessoa com deficiência, não seja produtiva no trabalho, isso é impossível. A gente luta pela inclusão e a inclusão se dá dessa maneira”, colocou o diretor.
Durante a primeira parte do curso, os servidores participantes fizeram uma experimentação onde simularam ter uma deficiência física. Juliana Maria Eustáquio Silva, assistente social do Núcleo de Atendimento, relatou a experiência como transformadora. “Vivenciar isso hoje até emociona, porque em pouco tempo que fiquei na cadeira de rodas durante a experiência, eu já enfrentei diversas dificuldades. Fui pegar o elevador e a porta fechou, por exemplo. A gente se colocar no lugar do outro realmente traz transformação, é muito impactante”, contou.
Para a psicóloga Ivone Voiski de Oliveira da Associação dos Paraplégicos de Uberlândia (Aparu), umas das responsáveis pela vivência, a ideia é mudar a forma de enxergar o outro. “Às vezes a pessoa enxerga a deficiência e não o potencial do outro, a capacidade do outro. A partir da vivência, ela começa a vislumbrar, verificar que existe sim a possibilidade de trabalhar, que não é porque a pessoa perdeu um membro como uma perna ou um braço que ela perdeu a capacidade de exercer uma função trabalhista”, ressaltou.
Após a vivência, os membros do Conselho Municipal da Pessoa com Deficiência (Compod) e servidores da Secretaria Municipal de Planejamento Idari Alves da Silva e Gilmar Alves Rabelo ministraram uma palestra sobre a lei de cotas, bem como direitos e deveres do servidor com deficiência.