Com questões sobre acessibilidade, moradia, inclusão social, oportunidades para aprendizagem, entre outros temas relevantes ao cuidado com a pessoa idosa, a Prefeitura de Uberlândia está aplicando um questionário para conhecer melhor esse público. A atividade, denominada de Diagnóstico Municipal, avalia a realidade local de acordo com critérios recomendados pela Organização Mundial de Saúde (OMS) e faz parte de umas das etapas da Estratégia Brasil Amigo da Pessoa Idosa (EBAPI), criada pelo Governo Federal.
Em Uberlândia, o projeto foi nomeado de “Estratégia Uberlândia Cidade Amiga do Idoso”. Nesta primeira etapa, após a adesão, serão feitas aproximadamente 100 entrevistas em cada um dos quatro setores da cidade, além de avaliação em grupos de idosos nas unidades de saúde, levantamento das ações, serviços e atendimentos no município.
A aposentada Dinaci de Oliveira foi uma das pessoas que já responderam ao questionário aplicado pela equipe da Secretaria Municipal de Saúde, que é a coordenadora das ações. Para a aposentada, entrevistada no ambulatório da Unidade de Atendimento Integrado (UAI) Martins, localizada no setor central-norte, as questões elaboradas foram essenciais e ajudarão os profissionais a conhecerem mais sobre a população com mais de 60 anos na cidade.
“Gostei muito de participar porque respondi questões sobre transporte, lazer e outras atividades. O sentimento é de que estão nos ouvindo e tentando entender melhor o que passamos no dia a dia. Espero que o projeto possa elaborar mais ações voltadas para o público idoso”, comentou.
Só após a realização deste Diagnóstico Municipal que poderá ser traçado um Plano de Ação para que o município execute todas as propostas elaboradas em parceria com empresas privadas, instituições não governamentais, universidades e sociedade em geral. Segundo uma das coordenadoras das ações do projeto “Estratégia Uberlândia Cidade Amiga do Idoso”, Cristiane Finotti. Agora, com o Diagnóstico Municipal, o trabalho é conhecer a realidade local, inclusive identificando o potencial do poder público e do setor privado para contribuir na melhoria da qualidade de vida das pessoas idosas.
“É um processo de busca. Os princípios norteadores são os de proteção à população idosa vulnerável, contribuindo para o envelhecimento saudável, ativo e sustentável. A estimativa é finalizar ainda neste ano a fase do questionário para traçarmos um panorama dos serviços oferecidos à população idosa já no ano seguinte.”
Ainda segundo Finotti, serão desenvolvidas várias etapas e o município receberá selos, representados por estrelas, para cada uma delas. O município já tem o selo “Adesão” e também criou o Comitê Gestor Municipal Intersetorial para planejamento e acompanhamento dos trabalhos e elaboração do Plano de Ação após os dados coletados. Fazem parte do comitê, além da Secretaria de Saúde e do Conselho Municipal do Idoso, representantes das secretarias de Educação, Desenvolvimento Econômico, Inovação e Turismo, Planejamento Urbano e Trânsito e Transporte.

Com o término do Diagnóstico e a elaboração do Plano de Ação, o município ganhará mais uma estrela, referente ao selo “Plano”. A etapa seguinte, que equivale ao selo “Bronze”, é a criação de um projeto de lei, que deverá ser apreciado pela Câmara de Vereadores. Depois dessas fases, o Município poderá iniciar as atividades contidas no Plano de Ação, a fim de conquistar os selos “Prata” e “Ouro”, bem como o título de “Cidade Amiga da Pessoa Idosa”.
Estratégia ‘Brasil Amigo da Pessoa Idosa’
Elaborada pelo Governo Federal, a Estratégia “Brasil Amigo da Pessoa Idosa” (Ebapi) é um conjunto de iniciativas que têm por objetivo melhorar a qualidade de vida de pessoas com mais de 60 anos e, consequentemente, de cidadãos de todas as faixas etárias. Por meio da estratégia, o Governo Federal incentiva as cidades a promoverem ações destinadas ao envelhecimento ativo, saudável, sustentável e cidadão da população, principalmente das pessoas mais vulneráveis.
Dividida em etapas, a Ebapi vai desde a adesão dos municípios, com a criação de conselhos e realização de diagnósticos, até a elaboração de planos municipais e de legislação que apoiem a execução das ações voltadas para um envelhecimento saudável da população local.