O estudo “Depressão e outros transtornos mentais comuns” da Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que a depressão atinge 5,8% da população brasileira, enquanto que os distúrbios relacionados à ansiedade afetam 9,3%. Para conhecer a realidade da comunidade a fim de evitar o agravamento dos transtornos mentais, a Rede de Atenção em Saúde Mental realizou, nesta sexta-feira (13), uma oficina para sensibilizar os profissionais da atenção primária sobre a necessidade de fortalecimento da rede pública. Durante as atividades, que aconteceram no auditório Cícero Diniz, também foi apresentado o Instrumento de Estratificação de Risco em Saúde Mental, que será usado pelos profissionais da atenção primária no próximo ano.
De acordo com a coordenadora Rede de Atenção em Saúde Mental, Waleska Rodrigues, a ferramenta ajudará os profissionais das unidades básicas de saúde a trabalhar a vinculação dos pacientes de acordo com a estratificação de risco, como já acontece com outras doenças crônicas. “É uma ferramenta que a Rede de Atenção elaborou para os profissionais da saúde do município. As informações obtidas por meio do Instrumento utilizado nas consultas são importantes para que possamos organizar melhor nossos processos de trabalho, permitindo construir um mapeamento real dos casos acompanhados”, destacou.
Ainda segundo a coordenadora, a ferramenta vai ajudar a identificar melhor os pacientes, principalmente os que precisam de um cuidado mais intensivo. “Dessa forma, temos um mapeamento mais real a respeito dos casos acompanhados no município e poderemos traçar cuidados mais direcionados voltados para prevenção de complicações relacionadas aos transtornos mentais”, pontuou.
No final das atividades, foi apresentado o Plano de Ação com a proposta de capacitação de toda rede municipal, prevista para começar em janeiro.
Rede de Atenção em Saúde Mental
A Prefeitura de Uberlândia disponibiliza atendimentos em Saúde Mental para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de álcool e outras drogas. Os atendimentos são realizados por equipes multiprofissionais e ocorrem nas unidades de Atenção Primária à Saúde (UBS e UBSF), que são as portas de entradas preferenciais da rede de saúde, nos Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) para pessoas com transtornos mentais severos e persistentes e nos pronto atendimentos das Unidades de Atendimento Integrado (UAI) em situações de urgência em saúde mental.
Toda a rede de serviços trabalha de forma articulada visando que o cuidado com o paciente ocorra mais próximo de sua casa, favorecendo a participação da família e a inclusão social. Para isso, as unidades de saúde trabalham com projetos terapêuticos a partir das características de cada paciente.
Fortalecendo a reabilitação psicossocial, o município conta, ainda, com o Centro de Convivência e Cultura, onde são desenvolvidas ações de socialização e inserção social pela cultura e esporte. Muitas destas ações são realizadas em parcerias interinstitucionais com o intuito de proporcionar a construção de uma vida mais saudável.