Considerada uma das doenças mais antigas da história da humanidade, a hanseníase (chamada de lepra no passado) tem cura e mecanismos para prevenir. Para desmistificar a enfermidade e levar mais informação à comunidade, a Prefeitura de Uberlândia aderiu às ações da Semana Mundial de Luta contra o Preconceito pela Hanseníase. A abertura das atividades acontece na segunda-feira (22), às 8h, na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) do bairro Campo Alegre.
Serão cinco dias de atividades, com palestras e rodas de conversa sobre sinais, sintomas, a importância do diagnóstico precoce da doença e do tratamento. As ações acontecem em parceria entre a Secretaria de Saúde, por meio da Vigilância Epidemiológica, com o Centro de Referência Nacional em Dermatologia Sanitária e Hanseníase do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (Credesh/HCU-UFU), o Movimento de Reintegração da Pessoa Atingida pela Hanseníase (Morhan), da Casa das Bem Aventuranças (CBA), da Sociedade Brasileira de Hanseologia e do Instituto Aliança Contra a Hanseníase (AAL).
Quebrando tabus
Segundo a coordenadora da Vigilância Epidemiológica, Elaíze Maria Gomes de Paula, a expectativa é combater ainda mais o tabu relativo à doença. “Elaboramos um cronograma de ações durante toda a semana, com palestras e bate-papos com a comunidade. Envolvemos asequipes, desde técnicos de enfermagem, agentes comunitários de saúde, médicos e enfermeiros. Com o diagnóstico precoce, o tratamento será mais eficaz e fundamental para quebrar de uma vez por todas o preconceito que envolve a doença”, destacou.
Acolhimento e Tratamento na rede pública
A hanseníase é causada por um parasita (Mycobacterium leprae, ou bacilo de Hansen) que ataca a pele e os nervos em volta da área afetada. É infectocontagiosa e manifesta-se principalmente por meio de lesões na face, mãos, braços, pernas, costas e pés. Dor, sensibilidade, aparecimento de manchas brancas e vermelhas, dormência e perda de força nos músculos são alguns dos seus principais sintomas. Ainda que o tempo de multiplicação do bacilo seja lento (em média de 11 a 16 dias), o parasita pode permanecer no organismo humano de dois a sete anos.
É transmitido de uma pessoa por via respiratória (espirro e tosse), especialmente por meio do convívio íntimo e prolongado. Todo o acolhimento e tratamento é oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O diagnóstico precoce da hanseníase e o tratamento adequado evitam a evolução da doença. Se não tratada, a enfermidade pode provocar incapacidades físicas que podem evoluir para deformidades nos pés, olhos e mãos.
A porta de entrada para o atendimento é pelas unidades básicas de saúde da rede municipal, conforme explica a coordenadora da Vigilância Epidemiológica. “Qualquer sintoma, pedimos para que a pessoa procure a unidade de saúde de sua referência para ser examinada e fazer os testes. A partir disso, esse paciente é encaminhado o Credesh, onde será finalizado o diagnóstico e iniciado o tratamento, que é feito com medicamento oral por seis meses a um ano, dependendo da classificação da doença. Quanto mais rápido esse processo, maiores as chances de evitar sequelas e deformidades que podem ser causadas”, salientou Elaíze.
Sinais e sintomas: – Áreas na pele que ficam secas, sem pelo, sem suor e com perda de sensibilidade; – Manchas esbranquiçadas ou avermelhadas, e caroços na pele; – Dormência e/ou formigamento, que podem ser percebidos como coceiras, ardência, em qualquer parte do corpo, principalmente em pés e mãos; – Dor nos nervos responsáveis pela sensibilidade e a força nos braços e pernas; |
Confira a programação:
20/1 (segunda-feira):
8h – Abertura da Semana – UBSF Campo Alegre
21/1(terça-feira):
18h30 – Roda de conversa na sala de espera – UBS Tocantins
22/1 (quarta-feira):
8h – Roda de conversa na sala de espera – UAI Roosevelt
19h30 – Roda de conversa na sala de espera – UBS Brasil
23/1 (quinta-feira):
8h – Roda de conversa na sala de espera – UBS Dom Almir
10h – Roda de conversa na sala de espera – UAI Tibery
24/1 (sexta-feira):
8h – Roda de conversa na sala de espera – UAI Luizote
13h30 – Roda de conversa na sala de espera – UAI Luizote