Para minimizar as consequências da pandemia provocada pelo novo coronavírus, a Prefeitura de Uberlândia tem adotado várias estratégias a fim de proteger a comunidade e resguardar a saúde coletiva e individual de todos. Além dos decretos com as recomendações para os serviços oferecidos na cidade, a Administração Municipal requereu, na última segunda-feira (23), a utilização do onde funcionava o hospital Santa Catarina. A medida já foi publicada no Diário Oficial.
Com a requisição para utilização do local, uma equipe de trabalho começará em breve a atuar para colocar em funcionamento 20 leitos de Unidades de Tratamento Intensivo (UTIs) e outros leitos existentes no hospital, além de todos os equipamentos disponíveis no local. Com isso, a comunidade terá à disposição mais um local de atendimento específico para o tratamento da COVID-19.
Unidade de Pronto Atendimento (UPA)

Buscando ser transparente com a população, a Prefeitura de Uberlândia também esclarece sobre a inviabilidade de uma possível utilização da estrutura onde funcionaria a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Norte (Pacaembu) neste momento de pandemia.
Conforme relatório emitido pela Controladoria-Geral da União (CGU), a edificação apresenta uma série de falhas e patologias consideradas graves. Outra análise realizada pela Secretaria Municipal de Saúde e pelo Corpo de Bombeiros em 2017 e com o acompanhamento do Conselho Municipal de Saúde -, aponta que a UPA Norte possui 25 inconformidades estruturais, sendo 12 aspectos críticos, que impactariam diretamente no funcionamento da unidade e na segurança dos profissionais e pacientes.
Os pontos foram divididos em situações críticas, maiores e menores. Para fazer as devidas correções que permitissem a unidade funcionar como pronto atendimento, a Secretaria Municipal de Saúde estima que seriam necessários aproximadamente R$ 3 milhões e mais seis meses de obra.
Com a inviabilidade do recurso para reparar as irregularidades, a Prefeitura de Uberlândia solicitou ao Ministério da Saúde em 2019 o reaproveitamento da estrutura para a instalação do Centro Especializado de Reabilitação (CER). O local seria um espaço de reabilitação física, visual e intelectual, com atendimento especializado de fisioterapia, fonoaudiologia, terapia ocupacional, psicologia, serviço social e enfermagem. O município aguarda o deferimento do pedido pelo Ministério da Saúde.
Veja abaixo algumas inconformidades que impedem a utilização da UPA Norte:
– Não foi apresentado projeto de blindagem para a sala do Raio-x ou detalhamento do modelo utilizado na blindagem que é necessário para a proteção contra os efeitos nocivos da radiação para quem trabalha e frequenta a unidade;- Existem nove irregularidades pendentes junto ao Corpo de Bombeiros, conforme relatório de vistoria de 22 de dezembro. Um dessas pendências é o projeto de Prevenção e Combate à Incêndio e Pânico que não foi aprovado; – Não tem instalação do tanque de oxigênio líquido. Para evitar situação de desabastecimento, é recomendado que tenha esta instalação; – Sistema de condicionamento de ar dos leitos e da sala de estabilização (emergência) não foi construído; | – A área definida para os compressores de ar medicinal está próxima do sistema de vácuo, e isto pode levar à capacitação de ar medicinal contaminado; – Sala de esterilização não está operacional, colocando em risco a qualidade do atendimento ao público. A estrutura física foi alterada devido às dimensões da autoclave adquirida, prejudicando o processo de desinfecção e esterilização – A instalação hidráulica da unidade apresenta falhas que comprometem o fornecimento regular da água potável para os funcionários e pacientes; – Gerador instalado não tem tratamento acústico, o que provocará desconforto à equipe clínica e ao público quando for utilizado; | – Sistema de proteção contra descargas atmosféricas, incluindo para-raios e aterramentos, ainda não tem laudo técnico comprovando a funcionalidade. Isso coloca em risco o funcionamento dos equipamentos de saúde da Unidade, bem como a proteção contra choque elétrico de quem estiver no local. – Falta de exaustão em diversos locais, como banheiros, expurgos e DMLs. Este equipamento evita mofo e eliminam odores, sendo uma exigência da Vigilância Sanitária;- Sistema “Steel Framing – Drywall” apresenta deterioração e fissuras nas placas internas dos painéis de fechamento de gesso. Isso provoca um alto custo de manutenção predial à Unidade. |
Confira aqui o que diz o trecho do relatório da CGU acerca da estrutura da UPA Pacaembu.