Reforçando o estímulo à produção artística uberlandense nos mais variados segmentos, um projeto viabilizado por meio do Programa Municipal de Incentivo à Cultura de Uberlândia – Pmic 2019 chegará a outro continente neste mês. Trata-se do curta-metragem “De vez em quando eu ardo”, dirigido por Carlos Segundo mediante a produtora uberlandense “Sopro do Tempo”, em parceria com a produtora francesa “Les Valseurs” – responsável por parte da finalização e pela distribuição da obra.
Segundo o produtor executivo Cristiano Barbosa, a película foi realizada e filmada em Uberlândia. “Foi uma produção tipicamente uberlandense, com a maioria dos profissionais contratados aqui, com destaque para as ótimas atuações das atrizes Rubia Nascimento e Carla Luz. A cena do audiovisual em Uberlândia é muito expressiva, o que nos permite ter acesso a uma mão de obra extremamente qualificada aqui na cidade”, destacou.
A coprodução franco-brasileira estreia no 31º Festival Internacional de Cinema de Marseille, no sul da França, entre os dias 22 e 26 de julho. Em Uberlândia, em função das medidas de prevenção contra a disseminação da Covid-19, o lançamento do curta ainda não tem data prevista. “A produtora Sopro do Tempo existe desde 2009 em Uberlândia, com uma quantidade expressiva de filmes que circularam em vários festivais internacionais. O lançamento do ‘De vez em quando ardo’ em Marseille é uma grande oportunidade de o festival abrir portas para que o curta circule em mais locais”, completou o produtor.
Sobre o filme
Louise é uma fotógrafa que busca a simbiose dos corpos, uma experimentação artística que utiliza um tipo de máquina fotográfica artesanal conhecida com Pinhole. Ela espalha cartazes pela cidade convidando pessoas a se tornarem modelos de suas fotos. Tereza é uma jovem que se oferece para participar da sessão de fotos. Nesse encontro algo acontece que cria um abalo na vida dessas personagens, muito maior do que elas podem imaginar.
“De vez em quando eu ardo” é o terceiro filme de uma trilogia que o diretor Carlos Segundo chama de “trilogia do feminino”. Os outros dois primeiros filmes – Ainda sangro por dentro e Subcutâneo – ganharam o mundo, respectivamente em 2016 e 2018, sendo exibidos em diversos festivais internacionais, entre eles Clermont-Ferrand, festival francês, considerado o mais importante festival de curtas-metragens do mundo.
“Ele é um curta que trata da temática da fotografia e da experiência do corpo na imagem. Então esses três filmes fecham uma trilogia que justamente tenta dar conta das violências simbólicas e físicas que envolvem a questão do corpo feminino, confrontado à questão do filho, do pai e da religião de diversas formas pensar esses três temas no meio disso tudo”, contou.