A Prefeitura de Uberlândia iniciou nesta terça-feira (9) o treinamento para utilização de 100 capacetes Elmos. A capacitação será oferecida a 60 profissionais da saúde, divididos em turmas de 10 participantes, que serão multiplicadores das técnicas em suas unidades de atuação. A expectativa da Secretaria Municipal de Saúde é que, na próxima semana, os equipamentos estejam auxiliando o tratamento de pacientes com Covid-19 nas Unidades de Atendimento Integrados (UAIs), Centro de Internação da Missão Sal da Terra e anexo do Hospital e Maternidade Municipal Doutor Odelmo Leão Carneiro (antigo Santa Catarina).
Os Elmos são equipamentos de respiração artificial não invasiva e foram doados ao Município por empresários que não quiseram ser identificados. Nesta semana, a Prefeitura realizou compras emergenciais dos acessórios que completam a montagem dos capacetes. Ao ser utilizado, o dispositivo auxilia no tratamento de pacientes com Covid-19 que se encontram em quadros clínicos moderados ou em início de gravidade.
O treinamento em Uberlândia está sendo feito por profissionais da Escola de Saúde Pública do Ceará, vinculada à Secretaria de Estado de Saúde do Ceará. Segundo a enfermeira Andréa Braid, que compõe a equipe de treinadores, o capacete é uma esperança no tratamento contra a Covid-19. “É indescritível a sensação de vermos os pacientes usando o Elmo e depois vê-los melhores e curados”, afirmou.
O Elmo
O Elmo é acomodado ao pescoço do paciente e em alguns casos dobra a capacidade de oxigenação, com injeção de até 30 litros de oxigênio, além de retardar ou impedir a necessidade de intubação. “O capacete permite melhoras na respiração e pode ser utilizado fora de leitos de Unidades de Terapia Intensiva”, destacou a assessora de urgência e emergência da Secretaria Municipal de Saúde, Soraya Rezende.
O dispositivo pode ser desinfetado e reutilizado em diversos pacientes, além de ser de baixo custo em relação aos respiradores mecânicos e garantir mais segurança para os profissionais de saúde, pois é vedado e não permite a proliferação de partículas de vírus.
O Elmo é resultado de uma força-tarefa pública e privada de combate à crise sanitária causada pelo novo coronavírus. A proposta de criar o capacete surgiu em abril de 2020 e participaram de sua concepção diversas entidades como a Escola de Saúde Pública do Ceará, a Secretaria de Estado de Saúde do Ceará, a Fundação Edson Queiroz e a Universidade Federal do Ceará. A iniciativa uniu ciência, tecnologia e inovação e inicialmente foram sugeridos e testados nove protótipos em voluntários no Laboratório Elmo. Com a consolidação do equipamento, iniciou-se a aplicação em pacientes. Os trabalhos reuniram diversos profissionais, entre médicos, fisioterapeutas, técnicos em usinagem e ferramentaria, designers industriais e engenheiros nas áreas clínica, civil, mecânica e de produção.
O capacete possui três ramos, um de entrada de oxigênio, de inspiração, e outro de saída de gás carbônico, de expiração. O terceiro ramo é destinado para a medicação e/ou alimentação do paciente durante o tratamento hospitalar. O fluxo de oxigênio entra no capacete através de uma válvula que abastece uma jarra de umidificação de ar. Este umidificador joga o fluxo de oxigênio para dentro do capacete, passando por uma filtragem. O Elmo tem internamente uma pressão positiva, que induz o fluxo de ar para dentro do paciente.