A Prefeitura de Uberlândia segue empenhada em apoiar o desenvolvimento econômico da cidade e a promover iniciativas que possam impactar positivamente na qualidade de vida da população. Entre essas ações, está o estímulo a pesquisas sobre o uso do pó de basalto como um remineralizador de solo. Os resultados têm sido promissores e agora fazem parte de um estudo de viabilidade técnica e ensaio de eficiência agronômica, que foi entregue, na tarde desta quarta-feira (27), pelo prefeito Odelmo Leão a representantes de mineradoras que atuam no município, cujo solo é rico nesse tipo de rocha silicática.
O estudo é um desdobramento das pesquisas conduzidas desde 2017 pela gestão municipal em conjunto com a empresa Companhia de Promoção Agrícola e Tecnologia Campo. O relatório apresentado ainda teve o apoio da concessionária de ferrovias VLI na sua elaboração. As informações contidas no material atestam sobre a qualidade do pó de rocha originário de Uberlândia e poderão ser utilizadas pelas empresas na obtenção de registro junto ao Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) para produção e comercialização do subproduto da mineração.
“Eu acredito que estamos diante de uma nova revolução agrária com a disseminação do uso do pó de rocha na remineralização do solo. Aqui em Uberlândia, o pó de basalto é abundante, rico em minerais e esse estudo entregue aqui hoje para as mineradoras é um novo passo para fortalecer a logística em torno do produto”, disse o prefeito Odelmo Leão.
Participaram da reunião representantes das empresas BSL Britagem São Lucas, Ecobrix Britagem e Usinagem, Luvas Mineradora e BT Engenharia. O evento ainda contou com representantes da VLI, Câmara Municipal de Vereadores, Sindicato Rural de Uberlândia, Sindicato das Empresas de Transporte de Carga do Triângulo Mineiro (Settrim), Fiemg, entre outras instituições.
Viabilidade
Conforme o estudo, a composição mineral e as características físico-químicas do pó de basalto de Uberlândia evidenciaram a viabilidade de sua utilização na melhoria da qualidade do solo, atendendo exigências de instrução normativa do Mapa.
Como remineralizador de solo, o pó de basalto é capaz de auxiliar na recuperação da terra da forma mais natural possível e com viabilidade econômica, que é o grande desafio de todo produtor. O material possui destaque para as concentrações de cálcio, magnésio e potássio. Os estudos apontam para aumento de rendimento na produção e melhora de sanidade das plantas, com maior retenção de carbono no solo e maior resistência às intempéries. Consequentemente, o minério colabora na redução do uso de fertilizantes sintéticos, que encarecem os custos da lavoura.
“Já no início dos estudos, constatamos um aumento de 10% no peso de 1 mil grãos de soja cultivada em solo que teve aplicação do pó de basalto. Isso é um exemplo do potencial que esse produto tem na produção agrícola”, relatou o engenheiro agrônomo Marcos de Matos Ramos, que participou do estudo.
Pequenas propriedades
A secretária municipal de Agronegócio Economia e Inovação, Thalita Jorge, destacou a experiência da equipe técnica da pasta, que também conduz um estudo local sobre a aplicação de pó de basalto em pequenas propriedades rurais. Atualmente, há dez experimentos em andamento (em cultivos como brócolis, couve, alface, maracujá e banana, entre outros).
“Em um dos experimentos, de cultivo de couve, houve a percepção do próprio produtor de que as folhas se desenvolveram mais, além de terem se desenvolvido em um tipo de solo que não era considerado produtivo por ele. É uma informação que nos deixa felizes e satisfeitos, pois estamos no caminho de mais uma solução para apoiar os produtores locais”, destacou a secretária.