Um ciclo de palestras com reflexões e conhecimentos sobre a ancestralidade africana marca as celebrações ao Dia da Consciência Negra, neste sábado (20). Intitulado 23º Congresso das Tradições de Matriz Africana, o evento tem parceria com a Secretaria Municipal de Cultura e Turismo e ocorreu ao longo do dia no cineteatro Nininha Rocha, localizado no Centro Municipal de Cultura. Na sexta-feira (19), a ocorreu a abertura da programação, na Câmara Municipal, com apresentações culturais.
Pela manhã deste sábado (20), os presentes puderam conferir a os workshops “Idioma Yorubá no Sagrado”, com Mogbá Sidnei Leal (SP) e “Compulsões, vícios e gatilhos mentais na religião de matriz africana”, com o psicólogo Adalmir Palácio (MG). Já à tarde, as palestras foram: “Oculto de Jurema Sagrada”, com Juremeiro Paulo Alcântara (SP) e “As folhas na religiosidade de matriz africana”, com José Eduardo Camargo (MG).
A cozinheira Cristiane de Oliveira participou da rodada de palestras e ficou satisfeita em ter a realidade destacada em reflexões e referenciamento à ancestralidade.
“Em meio a tanto preconceito e racismo, esse evento vem mostrando nossa força e dizendo que consciência não deve ser somente negra, mas sim de um povo, do amor ao próximo, igualdade e fé. Volto nos meus antepassados e agradeço por chegar aqui. Principalmente nós mulheres, temos que vencer nossas lutas diárias e é o que fazemos”, destacou.
A proposta geral das palestras foi de explanar sobre a cultura, o respeito, discutir sobre a intolerância religiosa e colaborar para a erradicação do racismo e de tantas outras atitudes discriminatórias. Tais temas foram amplamente destacados pelo palestrante e psicólogo Adalmir Palácio.
“O processo de trazer para os meios sociais um congresso sobre políticas de consciência matriz africana é uma forma de trazer a visibilidade desse povo, que são vistos de forma errônea como classe de minoria. Também damos empoderamento aos povos de religiões de matriz africana, que até então temos muitas questões de preconceito religioso. Não é um resgate, pois a cultura existe e precisa ser respeitada”, pontuou.