Pioneira em Minas Gerais a oferecer gratuitamente o método contraceptivo subcutâneo às mulheres, a Prefeitura de Uberlândia tem reduzido o número de gravidez indesejada, principalmente entre adolescestes. Desde a implantação, em 2017, houve diminuição na taxa de gravidez em meninas com idade entre 13 a 17 anos de 11,46% para 8%.
Para dar maior agilidade no processo de avaliação e aprovação dos critérios que tornam a mulher apta a receber o método de forma gratuita, a Prefeitura de Uberlândia, por meio da Rede de Atenção à Saúde da Mulher e da Atenção Primária, descentralizou o trabalho para as unidades de saúde em 2019. Uma estratégia que contribuiu ainda mais para a diminuição dos índices.
Com uma área de abrangência de 7.434 pessoas, sendo mais de 360 adolescentes, a Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF) Canaã I e III intensificou o trabalho com toda a equipe, fazendo um levantamento para avaliação e aprovação dos critérios. Desde a descentralização, a unidade inseriu 41 implantes em meninas em idade fértil e dentro dos critérios estabelecidos. Com este acompanhamento, o número de adolescentes grávidas na área de abrangência da unidade passou de 27, em 2019, para apenas 12, no ano passado, representando uma diminuição de 50% nos registros.
“O resultado obtido em uma das unidades do bairro Canaã mostra o quando nossa estratégia está sendo bem-sucedida. Antes, o implante era colocado apenas no ambulatório da UAI Martins. Fizemos a capacitação dos profissionais, bem como o trabalho de tutoria entre o clínico geral da unidade com o ginecologista, permitindo a descentralização do serviço. Além disso, contamos também com o apoio dos agentes comunitários de saúde e demais membros da equipe, que conhecem os moradores. Isso permitiu uma otimização do trabalho”, detalhou a coordenadora da Atenção Primária, Karina Kelly de Oliveira.
O contraceptivo subcutâneo é comprado pela Prefeitura de Uberlândia, sendo um método gratuito no qual um pequeno bastão é implantado embaixo da pele do braço, liberando o hormônio etonogestrel. Embora dure poucos minutos para ser colocado, o método tem duração de três anos, quando é recomendada a troca.
A coordenadora do Programa da Rede de Atenção à Saúde da Mulher, Sarah Araújo Rocha Gonçalves, destaca que as ações buscam não só a prevenção, mas também a orientação sobre os métodos ofertados na rede pública e a importância do planejamento familiar.
“Nosso trabalho vai além do implante, pois as meninas precisam saber também dos riscos e impactos de uma gravidez não desejada, principalmente na adolescência. As unidades tem profissionais capacitados e estão à disposição da comunidade para tirar as dúvidas e ajudar no que for necessário”, explicou.
Além do contraceptivo subcutâneo, também são disponibilizados de forma gratuita nas unidades de saúde os preservativos masculinos e os anticoncepcionais orais e injetáveis. O Dispositivo Intrauterino (DIU) também é ofertado na rede, sendo oferecido no pós-parto enquanto a adolescente está na maternidade. Para receber o atendimento, a interessada deve procurar a unidade de saúde de referência mais próxima, para que o médico avalie se a mesma se enquadra nos critérios estabelecidos para o uso do contraceptivo.