Pediatras e tutores de pediatria e psiquiatria atuantes na Rede Municipal de Atenção Primária participaram, na tarde desta segunda-feira (21), de mais uma importante capacitação. Com a chegada da nova versão da Caderneta da Criança, a Secretaria Municipal de Saúde promoveu, no Centro Municipal de Estudos e Projetos Educacionais Julieta Diniz (Cemepe), um treinamento sobre o Checklist M-Chat-R/F, um instrumento de avaliação que auxilia no diagnóstico precoce do transtorno do espectro autista (TEA).
Com a lei federal 13.438/2017, houve a padronização dos protocolos de avaliação de riscos ao desenvolvimento psíquico em recém nascidos. A escala M-Chat, que agora foi atualizada, integra esses protocolos desde 2021 e é obrigatória nas consultas pediátricas de acompanhamento realizadas pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Ela é de fácil aplicação e é apresentada em formato de formulário.
De acordo com a neuropediatra da Rede Municipal de Atenção Primária Nívea de Macedo Oliveira Morales, o M-Chat pode ser aplicado por volta de 16 a 30 meses de vida da criança, além de ser padronizado para ser utilizado em todas as crianças em acompanhamento em puericultura, independentemente da queixa, aos 18 meses.
“Isso vai favorecer a identificação de crianças com risco do transtorno do espectro autista para que elas possam ser estimuladas em uma intervenção precoce, garantindo, assim, um melhor desenvolvimento. O cérebro da criança precisa muito desse estímulo o quanto antes”, reforça a neuropediatra.
Referência técnica em reabilitação, a fisioterapeuta Marcela Furtado conta que, atualmente, estima-se que mais de 300 crianças com diagnóstico de TEA são acompanhadas em Uberlândia, sem contar os atendimentos feitos pela Atenção Primária. “A reabilitação entra para melhorar a funcionalidade e qualidade de vida dessa criança”, explica.
Para a referência técnica em saúde da Criança e do Adolescente, a pediatra Naira Borges, o treinamento desta segunda-feira tem um papel que vai além da capacitação. Afinal, o rastreio é apenas um indicador para o TEA, sendo necessários exames complementares para se chegar ao diagnóstico.
“Queremos sensibilizar nossos profissionais envolvidos no atendimento às crianças para que possam utilizar o instrumento de rastreio e fazer a avaliação do desenvolvimento infantil em busca de um diagnóstico precoce para que a intervenção possa ser feita e melhore a qualidade de vida dessas crianças”, ressalta Naira.