Na celebração dos 134 anos de Uberlândia, a Estação de Tratamento de Água (ETA) Capim Branco comemora também seu primeiro ano de operação, marcando um novo capítulo na história do saneamento na cidade. Com capacidade de tratar 2 mil litros por segundo, a estação já produziu neste período 16.859.644,77 m3 de água. A ETA complementa os dois sistemas existentes (Sucupira e Bom Jardim), que juntos têm capacidade de fornecer água para 1,5 milhão de habitantes.
De acordo com o prefeito Odelmo Leão, a nova estação garante a segurança hídrica para Uberlândia, com capacidade de produzir o dobro de água para a população atual. “Com a ETA Capim Branco, passamos a ter captação de água nos três rios que atravessam a cidade, assim conseguimos atrair novas empresas, gerando desenvolvimento para Uberlândia, emprego e renda para a nossa população”, afirmou.
O diretor geral do Dmae, Adicionaldo dos Reis Cardoso, lembrou que a nova ETA é uma das mais modernas do país, com tecnologia de ponta que reforça os dois sistemas existentes (Sucupira e Bom Jardim), e está pronta para atender a necessidade da cidade relacionada ao recurso hídrico. “Com a Capim Branco, agora temos um sistema que nos permite passar por adversidades que porventura ocorram, sem impactos no abastecimento aos moradores”, disse.
O complexo ocupa uma área de 129.243,95 m² (ETA e Captação) e é composto por uma estação de tratamento, 20 km de adutoras, reservatório com capacidade de 10 milhões de litros, unidade de tratamento de resíduos e casa de química, elevatória de bombas, caixa de transição, painéis elétricos, subestação e canal de captação de água bruta. O sistema foi planejado para ser ampliado em uma segunda e terceira etapas com capacidade de triplicar a produção de água (6 mil litros por segundo).
Programa Escola Água Cidadã
Nesse primeiro ano de operação, a ETA Capim Branco também se tornou uma referência para as ações do Programa Escola Água Cidadã com visitas técnicas e educativas. Nos últimos 12 meses, a estação recebeu 119 visitas e 1.783 visitantes. A ETA Capim Branco conta com um histórico do saneamento da cidade e um espaço em que os estudantes acompanham de perto as etapas do tratamento de água, da captação à distribuição.
Estrutura de grande porte
A Estação de Tratamento de Água (ETA) conta com equipamentos essenciais ao processo de tratamento de água, como floculadores, decantadores, reservatórios com capacidade total de 10 milhões de litros, casa de química, sala de cloração e uma unidade de tratamento de resíduos (UTR).
Interligado à ETA, há o transporte da água tratada até o reservatório do bairro Custódio Pereira em uma adutora com extensão de 15,5 km e diâmetro de 1,1 m. Já a adutora de água bruta, com 4,5 km de extensão, será responsável pelo transporte de água do canal de captação na represa Capim Branco até a ETA.
Caixa de Transição
A caixa de transição tem capacidade de armazenar 500 mil litros, ocupa uma área de 400m² e tem altura equivalente a um prédio de dez andares. O equipamento é responsável pela passagem do regime de bombeamento, iniciado na captação para o regime de gravidade com destino ao Centro de Reservação do Custódio Pereira.
Automação
O sistema também conta com tecnologia de ponta em automação, desde a captação, passando pela produção e chegando à distribuição. Ao todo são cinco controladores lógicos que conectam todos os equipamentos. Os processos de automação são interligados ao já existente sistema de telemetria do Dmae, que recebe as informações tanto para o controle local, quanto para a Central de Controle de Processos (CCP). A tecnologia propicia rapidez e precisão nas operações e reduz a demanda energética.
Subestação
O Sistema conta com uma subestação de energia elétrica com os transformadores, postes e cabos elétricos já instalados pelo Dmae na área do canal de captação. O dispositivo conta com uma linha de distribuição de 18,4 km direto da subestação de Miranda em uma rede de 138 kV para atender os conjuntos de motobombas instalados no canal de captação e na ETA.
UTR
Uma Unidade de Tratamento de Resíduos (UTR) também integra o Sistema. Ela realiza o tratamento do resíduo líquido (água + lodo) gerado pela ETA durante a potabilização da água. A UTR é composta por um sistema integrado com dois decantadores secundários, dois adensadores de lodo, um setor de desidratação e um tanque de regularização. Esta inovação demonstra a responsabilidade do Dmae com a sustentabilidade.
Histórico
O Sistema de Captação de Água de Capim Branco começou a ser pensado ainda na década de 90, quando o então prefeito Virgílio Galassi firmou um convênio com a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) para possibilitar a captação de água do Rio Araguari. Naquela época, ainda não existia o atual sistema de outorga e foi exatamente esse convênio que assegurou ao município de Uberlândia o direito a usar essa água quase 30 anos depois da assinatura, firmada em 10 de abril de 1991.
O projeto concebido por Galassi previa a captação, inicialmente, na represa de Miranda e alertava para a distância e o desnível entre a usina e o município deixando claro que um estudo de viabilidade técnica apontaria a melhor solução. Após análise, optou-se pela captação na represa de Capim Branco. Como o pedido do ex-prefeito era para o Rio Araguari, a única mudança foi o local de captação, que não afetou a disponibilidade hídrica do curso d’água.
O prefeito Odelmo Leão então deu continuidade ao projeto, adequando às condições atuais e, ao final do seu segundo mandato, em 2012, deixou pronto – com dotação orçamentária – para iniciar a execução. “O prefeito Virgílio foi um homem visionário, que pensava e se preocupava não somente com o presente, mas com o futuro. Graças a essa capacidade de gestão dele é que viabilizamos esse projeto”, destacou o prefeito Odelmo Leão.