Há um ano, a Prefeitura de Uberlândia deu um passo importante para garantir o atendimento, assistência e acompanhamentos adequados para pessoas com transtorno do espectro autista: a inauguração de um centro de referência para estes pacientes. O CRTEA funciona anexo ao Centro de Internação Pediátrico Dr. Helder Castro de Bastos e é o primeiro centro de referência, via Sistema Único de Saúde (SUS), especializado neste atendimento.
Desde o início dos atendimentos, 956 crianças foram encaminhadas pela atenção primária para avaliação. Destas, 649 foram atendidas, sendo que 164 com idade entre 18 meses e 6 anos estão em atendimento terapêutico na unidade. O local foi criado com recursos próprios do município e conta com sete consultórios das áreas de neuropediatria, fonoaudiologia, fisioterapia, psiquiatria infantil, psicopedagogia, além de salas de recepção, convivência, diagnósticos, reuniões, treino de Atividades de Vida Diária (AVD), oficinas para famílias, jardim sensorial, área de playground, entre outros.
As unidades básicas de saúde da Atenção Primária são a porta de entrada para os atendimentos no Centro de Referência em Transtorno do Espectro Autista. A equipe médica da unidade de saúde foi capacitada para fazer essa triagem e direcionar o paciente para avaliação.
“A unidade básica de saúde é uma grande aliada neste projeto. A equipe avalia e direciona para o Centro, onde acontece a discussão do caso. Verificada a necessidade, a equipe do CRTEA passa a acompanhar o paciente. Nos outros casos, onde são identificadas outras dificuldades, há uma rede de atenção que acolhe esse paciente”, explicou Júnia Souto Oliveira, referência técnica da Rede de Cuidados da pessoa com Deficiência.
O apoio da família é uma das linhas de trabalho da equipe. O treinamento parental é baseado na Análise Aplicada do Comportamento (ABA). Segundo o diretor médico da urgência e emergência da organização social Missão Sal da Terra (MST), responsável pela administração do centro de referência, Marco Túlio Ferreira, a metodologia além de ser primordial para a continuidade da terapia, permite que aumente a oferta da agenda.
“O projeto começou com a expectativa de atender 50 pacientes. Mas, com o treinamento parental, permitindo a continuidade do atendimento em casa, a evolução dos pacientes foi favorável e percebemos que era possível otimizar nosso atendimento. Com isso, nos oportunizou aumentar a oferta da agenda, ampliando as vagas de terapia”, conta.