Uberlândia inova mais uma vez em ações pioneiras que estimulam a economia, reduzem gasto público e promovem a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Por meio do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae), a Prefeitura dará início ao projeto para implementar a 1ª planta industrial do Brasil para produção em larga escala de energia e fertilizante a partir do lodo resultante do tratamento de todo o esgoto gerado pela cidade. A primeira etapa consiste na contratação de um estudo técnico, cuja ordem de serviço foi assinada na tarde desta terça-feira (11) pelo prefeito Odelmo Leão junto à empresa Companhia de Promoção Agrícola (Campo).
Com investimento de R$ 1,7 milhão, o estudo técnico da Campo terá duração de oito meses e vai avaliar e definir o melhor modelo de implementação de uma planta industrial na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Uberabinha. Atualmente, 1,7 mil toneladas de lodo de esgoto são produzidas mensalmente pelo tratamento de esgoto e destinada ao aterro sanitário. Devidamente processado, o lodo pode se transformar em gás combustível e biocarvão. Como combustível, forneceria energia suficiente para manter a própria planta de processamento. Já como biocarvão, pode potencializar o efeito de remineralizador de solo do pó de basalto na agricultura, formando um fertilizante organomineral.
“Venho dizendo desde sempre: é preciso ter um olhar para o sustentável, para o nosso meio ambiente. Assim como aconteceu com o pó de basalto, nós tomamos conhecimento de que o tratamento de esgoto gerava um subproduto que, processado de forma adequada, poderia se tornar uma riqueza para a nossa cidade, com potencial para ser fertilizante do solo e fonte de energia. Portanto, o que estamos fazendo aqui é dar mais um passo importante no sentido da ciência, da tecnologia e, sobretudo, em prol do desenvolvimento, da qualidade de vida e da geração de renda para nossa cidade”, destacou o prefeito Odelmo Leão.
Com estes processos, conforme explicou o diretor-geral do Dmae, Renato Rezende, o Município promoveria, além da redução da emissão de resíduos, o aumento da vida útil do aterro sanitário e um aproveitamento dos compostos e nutrientes resultantes do tratamento do esgoto. “Nossa expectativa é que a energia gerada no processo de pirólise alimente a planta industrial de processamento de esgoto, e com esse subproduto, produzimos um fertilizante destinado às culturas agrícolas, dando uma destinação sustentável para o lodo”, afirmou.
“O que a Prefeitura de Uberlândia pretende fazer é pioneiro. Será a primeira unidade do país a usar lodo de esgoto na produção de energia e fertilizante em larga escala. E esse biocarvão, junto ao pó de basalto, vai gerar um fertilizante organomineral capaz de potencializar o sistema de renderização do solo”, explicou o consultor técnico da área de energia da Campo Edmar Gelinski.
O Dmae calcula previamente que, com a iniciativa, haveria uma economia mensal de R$ 255 mil nos custos mensais com a destinação ao aterro sanitário. Cerca de 21,6 mil toneladas de lodo também deixariam de ser enviadas anualmente ao aterro por meio do projeto.