Em cerimônia em Brasília (DF), a Prefeitura de Uberlândia recebeu do Ministério da Saúde, na tarde desta sexta-feira (8), o “Certificado de Eliminação de Transmissão Vertical do HIV”. Representada pela coordenadora do Programa Municipal de Infecções Sexualmente Transmissíveis IST/Aids e Hepatites Virais, Cláudia Spirandelli, a cidade foi reconhecida por ter zerado a transmissão de mãe para filho, durante gestação, parto ou amamentação, do vírus causador da Aids no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
Para conceder o certificado, a Comissão Nacional de Validação (CNV), criada pelo Ministério da Saúde, avaliou vários critérios de impacto dos últimos dois anos, principalmente os relacionados à quantidade de gestantes soropositivas, todo o acompanhamento desde o pré-natal ao parto, incluindo a cobertura mínima de quatro consultas no pré-natal, a taxa de transmissão vertical do HIV, além do acompanhamento do bebê nos primeiros anos de vida, ações de prevenção na Atenção Primária e assistência na maternidade, entre outros.
A transmissão vertical ocorre quando a mãe não é diagnosticada ou tratada adequada e oportunamente. Assim, há risco de transmissão da infecção do HIV para a criança durante a gestação, parto e a amamentação. Para evitar a transmissão, a Prefeitura de Uberlândia atua em diversas frentes com o uso de protocolos e acompanhamento clínico rigoroso das gestantes soropositivas e dos seus bebês.
De 2020 a 2021, a cobertura de gestantes com quatro ou mais pré-natais passou de 98% para 99%. Também nesses dois anos, 100% das gestantes realizaram pelo menos um teste para HIV durante o pré-natal e houve acompanhamento de todas aquelas diagnosticadas com vírus em uso de terapia antirretroviral (Tarv).
Na Rede Municipal de Saúde de Uberlândia, o teste para detecção do HIV é feito no primeiro trimestre de gestação e está sendo implantado junto com o pedido de beta HCG (exame de sangue que comprova a existência de gravidez). Além disso, todos os recém nascidos expostos ao HIV recebem alta com consulta agendada para acompanhamento. Entre 2020 e 2021, 58 crianças nasceram de mães com HIV na cidade. Todas receberam diagnóstico negativo para o vírus.