A avenida Monsenhor Eduardo, que liga as regiões Centro e Norte de Uberlândia, recebeu, na manhã deste domingo (28), um novo atrativo disponível ao olhar de usuários do transporte coletivo, frequentadores da feira livre, demais moradores e turistas. Nove pontos de ônibus, instalados na extensão da via, passaram a integrar uma galeria de arte a céu aberto e permanente. As intervenções artísticas, apoiadas pela Prefeitura de Uberlândia, por meio das secretarias municipais de Cultura e Turismo, Governo e Comunicação e da Juventude, compõem o projeto “Jardim Urbano”, idealizado pela pedagoga Débora Costa, conhecida como Preta Flor.
“Cada abrigo tem um trabalho autoral, apresentando também um diálogo com a história dessa via que já foi uma linha férrea. Essas pinturas são alusivas à história da Mogiana, mas com uma feição artística dos nossos talentos. Cada um faz a sua leitura, com diversas técnicas, vertentes e estilos, trazendo nove grandes telas para a cidade de Uberlândia”, disse Preta Flor.
Ao todo, nove artistas visuais puderam realizar grafittis nos abrigos de ônibus ao longo da avenida. Toda a matéria prima utilizada foi fornecida por empresa da cidade, ligada ao terceiro setor.
O “Jardim Urbano” é uma iniciativa independente, iniciada em 2020, durante a pandemia de Covid-19, e permite a ressignificação das paisagens urbanas a partir da reunião de artistas com algum tipo de ligação com a cidade. A criação e a pintura foram executadas com a curadoria do artista Dequete.
“Faço a parte operacional, de pintar e organizar os artistas. Estamos trabalhando com a proposta de mural, propondo um diálogo e o resgate da memória dessa via. Demos a liberdade para cada artista fazer artes livres na parte interna (dos abrigos), enquanto a parte externa traz uma interpretação a partir da história da antiga Mogiana, que trouxe um crescimento para Uberlândia”, destacou o artista Dequete.
Para o assistente administrativo Lucas Oliveira, a ação traz mais vida para uma das avenidas mais importantes de Uberlândia. “Fizeram pinturas com referência à linha férrea que tinha. Um local que conta a passagem de tanta gente, tanta criança, que aprende a gostar de arte. Acho que é importante pra cidade”, opinou.
Quem também prestigiou a intervenção foi a dona de casa Darlene da Costa, natural de Goiânia e residente em Uberlândia há dois anos. “Quando a gente chegou na feira (da Monsenhor Eduardo), eu vi a moça pintando e achei bem interessante. Sentei para esperar meu pedido e fiquei encantada com o que ela estava fazendo. Prende a nossa atenção e percebemos que outras pessoas param, conversam com ela e perguntam o que ela vai fazer. Como aqui é um lugar em que as pessoas pegam ônibus, acho que deixará as pessoas até um pouco mais felizes.”