A Diretoria de Esgotamento Sanitário do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) finalizará, nesta semana, a montagem de mais uma “prensa-parafuso” desaguadoras de lodo para o tratamento de esgoto gerado na cidade. O terceiro equipamento ficará na Estação de Tratamento de Esgoto (ETE) Ipanema. Os outros dois estão na ETE Uberabinha.
Com tecnologia mais eficiente e sustentável, as prensas substituem as centrífugas anteriormente utilizadas, promovendo maior retenção de sólidos, significativa economia de energia e otimização do processo de deságue do lodo. O equipamento tem capacidade para processar até 10 m3/h de lodo flotado.
“A nova prensa possibilita a desidratação do lodo de esgoto com mais eficiência e economia. O equipamento opera com rotação reduzida, o que significa menor consumo de energia, cerca de 10 vezes ao da centrífuga utilizada atualmente, além de demandar menos polímero e apresentar uma manutenção mais simples”, explicou o gerente de tratamento de esgoto, Marcelo Costa.
A ETE Ipanema tem capacidade de tratar cerca de 26 L/s de esgoto por segundo, e recebe os rejeitos dos imóveis dos bairros Ipanema e Morada dos Pássaros. Após passar por rigoroso tratamento, a água é devolvida ao Córrego Terra Branca pronta para seguir o seu curso até o Rio Araguari.
Como funciona
Na última etapa do tratamento, chamada de flotação, os sólidos são separados da água por meio de um processo físico-químico. A água tratada segue para o córrego Terra Branca, enquanto o lodo é direcionado para a prensa, que retira o excesso de água e devolve o líquido ao processo. O resíduo final é encaminhado de forma segura para o aterro industrial.
Além disso, o novo sistema oferece facilidade na operação: tudo é monitorado por um painel de controle que permite o acompanhamento em tempo real.
“Estamos apostando em soluções inovadoras que aliam eficiência operacional, economia de recursos e responsabilidade ambiental. É possível reduzir custos sem comprometer a qualidade e, neste caso, com ganhos ainda mais expressivos”, afirmou o responsável pela Gerência de Tratamento de Esgoto, Marcelo Costa.
Tratamento de Esgoto
O tratamento de esgoto é uma das principais ações do saneamento básico e desempenha papel essencial na promoção da saúde pública. Ao evitar a disseminação de doenças infecciosas e contribuir para a redução da mortalidade infantil, o serviço prestado pelo Dmae vai além da infraestrutura: é um investimento na qualidade de vida da população. Além disso, o tratamento adequado dos efluentes evita impactos ambientais como a contaminação dos cursos d’água, o assoreamento e a eutrofização, que é o excesso de nutrientes nos rios, responsável pela proliferação de algas.
Em Uberlândia, a média de esgoto gerada pela população é de, aproximadamente, 1.600 litros por segundo (L/s). Para dar conta desse volume, o Dmae opera um sistema robusto composto por 73 estações elevatórias e sete Estações de Tratamento de Esgoto (ETEs) distribuídas entre a área urbana e os distritos. As principais unidades no perímetro urbano são as ETEs Uberabinha e Ipanema, com capacidades de tratamento de 2.200 L/s e 26 L/s, respectivamente.
Nos distritos, o atendimento é realizado pelas ETEs Cruzeiro dos Peixotos (2,5 L/s), Martinésia (2,5 L/s), Tapuirama (8,5 L/s), Miraporanga (1 L/s) e no loteamento Vila Marielza (3 L/s), totalizando uma capacidade conjunta de 17,5 L/s. Com essa estrutura, o Dmae garante que praticamente todo o esgoto gerado no município receba o devido tratamento, reforçando o compromisso da autarquia com a saúde da população e a preservação dos recursos hídricos da região.