Escolhida pelo Ministério da Saúde para ser uma das cidades do país a participar de uma ação inovadora de controle das arboviroses, a Prefeitura de Uberlândia, em parceria com o Ministério da Saúde, o Governo de Minas, o World Mosquito Program (WMP) e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), inaugurou, nesta sexta-feira (14), a biofábrica do Método Wolbachia para controlar a transmissão dos vírus da dengue, Zika e chikungunya pelo mosquito Aedes aegypti na cidade. O prefeito Paulo Sérgio esteve presente no evento.
“Neste ano, enfrentamos muitas dificuldades no combate ao Aedes. A biofábrica do Método Wolbachia é um novo aliado para evitar que tenhamos aumento nos novos casos das doenças transmitidas pelo mosquito, sendo também uma política pública de referência e que deu certo em outras cidades. No entanto, não devemos deixar a vigilância de lado. Mesmo com esta parceria, precisamos, ainda, do apoio da população em não deixar criadouros do mosquito em suas casas”, afirmou o prefeito Paulo Sérgio.
O Método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, um microrganismo que impede que os vírus da dengue, zika e chikungunya se desenvolvam no mosquito, contribuindo para a redução da transmissão de arboviroses.

Localizada no bairro Umuarama, a biofábrica do Método Wolbachia é o espaço de criação dos mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia. O local tem cerca de 330 m² e conta com estrutura equipada com salas de triagem, larvas, tubos, lavagem, estoque e refeitório. É neste local que profissionais capacitados irão realizar todas as etapas de produção, incluindo a eclosão dos ovos dos mosquitos com Wolbachia e a montagem dos tubos para liberação em campo.
Conforme a seleção de áreas prioritárias realizada pelo Ministério da Saúde, os mosquitos com Wolbachia, os Wolbitos, serão liberados nos bairros: Custódio Pereira, Daniel Fonseca, Granada, Jaraguá, Jardim Brasília, Canaã, Lídice, Luizote de Freitas, Maravilha, Martins, Morumbi, Nossa Senhora Aparecida, Planalto, Presidente Roosevelt, Residencial Integração, São Jorge, Santa Rosa, Shopping Park e Tocantins.
Desde a escolha de Uberlândia até a inauguração da biofábrica, as equipes da Secretaria Municipal de Saúde e do World Mosquito Program (WMP) realizaram cerca de 900 ações de divulgação e mobilização da sociedade sobre a implementação do Método Wolbachia, a fim de repassar as informações e os canais de comunicação para esclarecer dúvidas.

Método Wolbachia
O Método Wolbachia, do World Mosquito Program (WMP), é uma iniciativa internacional sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos. No Brasil, o projeto é conduzido pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com financiamento do Ministério da Saúde e em parceria com os governos locais.
O Método consiste na liberação de mosquitos Aedes aegypti com Wolbachia, um microrganismo que impede que os vírus da dengue, Zika e chikungunya se desenvolvam no mosquito, contribuindo para a redução da transmissão de arboviroses. A Wolbachia já está presente naturalmente em cerca de 50% dos insetos, como abelhas, joaninhas, mosca da fruta, alguns mosquitos e formigas.
De acordo com a gestora de implementação do Método Wolbachia no WMP-Fiocruz, Ana Carolina Rabelo, as liberações serão feitas em parceria com o município e os resultados da implementação do Método podem ser observados cerca de dois anos após o encerramento das solturas dos Wolbitos. “As liberações dos Wolbitos em Uberlândia devem acontecer ao longo de 20 semanas, em bairros pré-selecionados da cidade. É importante que a população conheça e entenda essa tecnologia, que vem para reforçar o combate à dengue, zika e chikungunya”, reforçou.
A expectativa com a liberação do Aedes aegypti com Wolbachia é de que, com o tempo, a porcentagem deste mosquito aumente até que permaneça estável sem a necessidade de novas liberações. O Método Wolbachia é natural, seguro e autossustentável, com eficácia e comprovação científica. Não há qualquer modificação genética no Método Wolbachia, nem no mosquito nem na Wolbachia, e não há riscos para pessoas, animais e para o meio ambiente.