Faleceu, na manhã desta terça-feira (15), aos 88 anos, o engenheiro José Pereira Espíndola, responsável pela criação do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) e de projetos de relevância histórica para o saneamento de Uberlândia, como a Estação de Tratamento de Água Renato de Freitas (Sucupira) e a canalização de águas pluviais das avenidas João Pinheiro, Cipriano Del Fávero, João Pessoa, entre outras.
Neste ano, Espíndola foi homenageado pelo prefeito Odelmo Leão com a comenda Rondon Pacheco e participou da inauguração do Museu da Água do Dmae. Ele também foi diretor da Associação Comercial e Industrial de Uberlândia (Aciub), vice-prefeito e secretário municipal de Obras na gestão do então prefeito Renato de Freitas. Ele dirigiu o Dmae nos anos iniciais a partir da criação da autarquia e retornou mais tarde em dos mandatos do ex-prefeito Virgílio Galassi.
Natural de Nova Ponte (MG), José Espíndola entrou para a vida pública após ser diretor da Aciub, com o objetivo de trabalhar para o desenvolvimento de Uberlândia. Antes disso, ele fez cursos técnicos em São Paulo, e montou a empresa hidroelétrica Fundição Pereira Espíndola.
Pioneirismo
Inovou com a montagem da fábrica de tubos no almoxarifado da Prefeitura e a criação de máquinas para a fábrica de Tubos que deu origem do Dmae, inaugurado em 23 de novembro de 1967. A fábrica foi criada por Espíndola para a construção da adutora de Sucupira e a ETA Renato de Freitas com captação da água do rio Uberabinha.
Com a dedicação total à Uberlândia, Espíndola se desfez da sua empresa, vendendo os ativos da empresa a seus funcionários, por preço abaixo do valor de mercado. A exigência dele era que a empresa fabricasse peças para a execução do projeto de captação e abastecimento de água de Uberlândia.
O engenheiro também foi pioneiro na construção de máquinas de jateamento de areia e dispositivo para revestimento em epóxi. Responsável também pelo criação e uso dos motores hidráulicos na captação da água, reduzindo os custos com energia elétrica.
Na sua segunda passagem pelo Dmae, Espíndola apresentou soluções econômicas para as dívidas da autarquia e dobrou a capacidade das estações de tratamento de água, construiu novas adutoras e um anel hidráulico que aumentou a capacidade de reservação de água.
Devido ao seu pioneirismo e criatividade, José Espíndola ganhou reconhecimento internacional e realizou projetos para diversas prefeituras do Brasil e também na Costa Rica. Após se aposentar em 1996, continuou em atividade até 2014 prestando consultoria na área de saneamento para empresas e órgãos públicos.
José Espíndola teve uma parada cardíaca na manhã desta terça-feira (15), deixa a esposa Nereide Jorge Espíndola, seis filhas, sete netos e dois bisnetos.