Desde 2017, a Prefeitura de Uberlândia iniciou, junto à empresa Campo, um detalhado estudo sobre o potencial do pó de basalto na produção agrícola – rocha vulcânica capaz de substituir adubos químicos no processo produtivo e cujas vantagens começam a alcançar a agricultura extensiva. Nesta quarta-feira (15), a equipe técnica da empresa Campo apresentou o resultado do reconhecimento visual nessas lavouras. Conforme registrado, foram notadas consideráveis melhorias na sanidade das plantas após a utilização do insumo.
“As plantações de soja ficaram mais robustas após o uso do insumo. Agora, vamos colhê-las e validar esse teste visual por meio do resultado de produtividade e do peso de mil grãos. Vamos fazer essa observação, também, em plantações de cana-de-açúcar, café e milho safrinha”, explicou o engenheiro agrônomo Marcos de Matos Ramos, que atua há mais de 20 anos na empresa Campo.
A parceria com a Campo também derivou em um estudo de aplicação do pó de rocha do Triângulo Mineiro em lavouras de soja de três estados: Minas Gerais, Tocantins e Goiás. Além disso, no final do ano passado, o município sediou o 1º Seminário de Remineralizadores de Solo da região.
Revolução agrícola
Além de uma variedade de micronutrientes, o material possui altas concentrações de cálcio, magnésio e potássio, bem acima do mínimo exigido em normativa do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa). As propriedades encontradas em rochas como o basalto favorecem uma nova fase para os produtores, que já vem sendo chamada por alguns setores como a “4ª Revolução Agrícola”.
“Para se ter uma ideia, cerca de 90% do potássio que compõe o adubo NPK consumido no Brasil é importado. O basalto tem um potencial de remineralização do solo maior do que esse adubo (fornecendo não só NPK, mas outros nutrientes importantes para as plantas) e existe em abundância”, explicou Ramos.
Vantagens logísticas
Uberlândia está localizada no entroncamento de importantes rodovias (BRs 050, 365 e 452) e atendida por uma malha ferroviária que possibilita a interligação entre as regiões Centro-Oeste e Sudeste do país. Ligada diretamente a cinco dos maiores polos econômicos brasileiros (Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Goiânia e Brasília), a cidade possui o único entreposto mineiro da Zona Franca de Manaus, sediando o Porto Seco do Cerrado (que interliga aos portos de Vitória-ES e Santos-SP) e com o maior aeroporto operado pela Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (Infraero) em Minas Gerais (por onde passam tanto passageiros quanto cargas).