Festival encerra apostando na arte como chave de acesso à realidade
Foi na filosofia que Vinícius Anselmo encontrou inspiração para Epifania, sua segunda criação à frente da Intuição Cia de Dança.
Estreada em 2019, a obra fechou a última noite do 28º Festival de Dança do Triângulo apresentando ao público uma abordagem contemporânea para o balé clássico, marca da pesquisa de linguagem do coreógrafo.
O termo epifania designa um instante de completude, um momento em que tudo parece fazer sentido. É, portanto, uma experiência muito singular de compreensão sobre algo.
Em seu trabalho, Anselmo busca ativar o pensamento a partir do sensorial, em um entendimento de que os campos racional e o emocional são indissociáveis.
E como isso surge em cena? Primeiro, por um cuidado apurado em relação à plasticidade do que se vê, presente nas linhas alongadas das bailarinas sobre as pontas, no tônus definido dos intérpretes, no trabalho de iluminação que cria diferentes espaços no palco e na cenografia com um painel de portas brancas nos mais diferentes formatos.
Tudo é muito simples e, ao mesmo tempo, sofisticado.
Segundo, por uma movimentação que bebe do que há de mais clássico do balé e, por isso mesmo, carrega esse desejo por um refinamento inatingível, revelando uma aposta na estética como veículo de fruição absoluta do que se vê, e isso acontece mesmo que essa linguagem esteja reorganizada a partir de uma roupagem contemporânea, com desenvolvimentos fora de eixo, experimentações em plano baixo e estados corporais que rompem com uma suposta rigidez da técnica central.
Terceiro, pela coesão de um elenco fiel à proposta do coreógrafo e afinadíssimo em termos de ensaio, delineando com clareza cada gesto e se entregando a eles com convicção, em especial nos momentos de diálogo direto com o piano tocado ao vivo por Rosely Chamma.
Em dado momento do espetáculo, uma das portas cenográficas se abre e por ela surge uma luz, mas ninguém no palco ousa atravessá-la.
Tempos depois, um bailarino sai dela, passeia entre os demais, contaminando-os com outras dinâmicas, e retorna, sumindo de nossas vistas.
Daí então uma bailarina é erguida, sugere abrir outra porta mais ao alto, hesita e desiste.
Repete a tentativa e nada. Em vão. A epifania surge então como esse momento muito desejado, intensamente buscado, mas que parece nunca acontecer de fato, e é possível fazer um paralelo disso com o próprio ato de dançar.
Ele começa com a aprendizagem e passa pelo ensaio, mas não se encerra na apresentação, pois ela reinicia toda a sequência que veio antes: aprendizagem, ensaio, apresentação e assim por diante. Nesse sentido, mais importante do que chegar ao destino é o caminho percorrido quando se está em seu encalço.
E assim seguimos, dançando nessa busca incessante de acessar, pela arte, o mundo complexo em que vivemos.
Maturidade de propostas marca Mostra Profissional
Após três dias de Mostra Amadora, o 28º Festival de Dança do Triângulo dedica seu penúltimo dia à Mostra Profissional com trabalhos que, a partir da maturidade de seus intérpretes, transportam o público por um percurso diverso quanto às formas de se dançar.
É interessante perceber, por exemplo, como um mesmo coletivo transita por perspectivas coreográficas distintas, como ocorre com as quatro obras apresentadas pela Cia de Dança Bittencourt. No contemporâneo Clube dos 27, a coreografia de Valeska Gonçalves reverbera acentos encontrados nas músicas selecionadas, todas compostas por astros da música falecidos aos 27 anos, como Janis Joplin, Jimi Hendrix e Jim Morrison. Apesar de haver partituras de movimento bem definidas, as individualidades de cada intérprete são trabalhadas com eficiência e os gestos apropriados por cada um de forma única, produzindo um resultado que vale a pena ser conferido repetidas vezes com o objetivo de esmiuçar cada variação encenada.
Veio de Daniel Calvet a coreografia do solo contemporâneo Catarse – Uma tentativa de se manter sã, no qual Karine Bittencourt dança a princípio sem música, orientada em ritmo apenas por uma fala feminina em torno de questões psicanalíticas. A solista se posiciona bem próximo da câmera e esse é um palanque para que ela destile sua aptidão em magnetizar o público com um olhar expressivo, movimentos executados com clareza e uma bem humorada visão sobre as inquietações da mulher dos dias atuais.
A mesma intérprete se faz presente em um dos dois vídeos da noite que participam da Mostra Dança e Tecnologia. Olhares e suas multiplicidades começa como um duo dividido, no qual cada bailarino dança sua sequência de forma independente enquanto os cenários atrás deles vão sendo trocados, variando entre campos abertos e cenários abandonados. Quando os artistas enfim se reúnem no mesmo quadro, fica estabelecido um contexto de disputa. A câmera faz um caprichado trabalho de captação para revelar a linha dramatúrgica dos movimentos, enquanto os closes sublinham as intensidades buscadas. Tudo isso já impacta e encanta de cara, fazendo com que o longo texto inserido sobre a música, que acompanha a coreografia, soe excessivo.
Último trabalho da Cia de Dança Bittencourt na Mostra Profissional Competitiva, Black and Gold apresenta um entrosado duo masculino de jazz que, desde o início, entrega interpretações eletrizantes, bem ensaiadas e um jogo coreográfico gostoso de se ver.
A competição possibilitou ainda novas leituras para duas outras obras que figuraram na programação do Festival nos dias anteriores. Em Con-fluência, o Grupo Jovem Casa It transpõe para o formato de videodança a coreografia Água, já defendida na mostra amadora. Dessa vez, no entanto, a câmera passeia por uma cena com iluminação em tons frios, explorando as feições cheias de impetuosidade das intérpretes e captando em detalhes os desenhos que seus corpos fazem pelo chão ou mesmo os movimentos dos pés quando agitam as folhas secas que recobrem o piso, aprofundando a intensidade da experiência do espectador.
A Cia It também já havia apresentado sua Valsa dos fins dos tempos, durante a Mostra de Espetáculos, como uma das cenas de O Baile. Nesse outro formato, filmado em sala de ensaio, a coreografia ganha evidência e vemos de forma mais clara uma estética na qual o desalento se corporifica em gestos sugestivamente incontroláveis.
Na categoria de danças étnicas, folclóricas ou populares, a Cia Aziza de Danças apresentou em Derbake um duo de dança do ventre sintonizado, vigoroso e com bom uso do espaço mas cuja gravação infelizmente eliminou, por vezes, a cabeça das bailarinas do enquadramento. A mesma companhia retorna com um produto mais bem acabado para a mostra competitiva com Tarab em dueto, uma delicada e poética conversa entre a dançarina e o violonista que executa a música ao vivo.
Este mesmo diálogo entre dança e música em tempo real está em Uma noite em Sevilha, do Estúdio Flamenco Veruska Mendes, mas as atenções nessa coreografia se voltam para três duetos sucessivos, cada um destacando um elemento específico da dança flamenca: a saia, o manton e as castanholas. Cada dueto é como um desafio no qual uma testa as habilidades da outra, mas sem uma competitividade real – tanto que, ao final, todas se reúnem para celebrar esses ícones da cultura andaluza.
Última coreografia no rol das danças étnicas Entrefases, do grupo Thassia Camila Danças Orientais, propõe uma mistura de citações complexa de ser resolvida em um solo tão curto e que merece uma investigação maior antes de chegar à cena.
Entre os conjuntos, a Interpasso Cia de Dança trouxe em Vai Vadiar três casais ao som da música homônima transformada quase em bolero por Mariana Aydar. A proposta é instigante, mas falta ao grupo um tanto mais de ensaio e uma afinação na interpretação de forma a cativar quem está do outro lado da tela sem a necessidade de movimentos de câmera junto com a coreografia. Já o Grupo Ativadança aposta em Discurso de um novo amanhã em um elenco jovem e bem entrosado e numa coreografia com entradas e saídas que conferem diferentes climas mesmo se tratando de uma obra de curta duração.
Com espírito de videodança, a Berg Cia de Dança situou a gravação de seu duo Conexão em plena praça pública. Sobre um enorme tecido branco, duas bailarinas ocupam o plano baixo e se movem inteiramente atentas uma à outra. Essa sinergia, aliada aos movimentos produzidos pelo vento ou a manipulação do tecido, confere uma bem-vinda plasticidade à criação.
Entre os solos, três intérpretes femininas, cada uma em um estilo. O contemporâneo Oitavo signo, da Escola de Dança Malu Vidal, acaba se repetindo em uma série de sequências que exigem rolamentos e elasticidade, uma característica natural da bailarina em cena. O mesmo ocorre com Coming Home, balé da Studio Dance Daniela Reis que não está na competição. A obra revela uma bailarina virtuosa, com braços e rosto expressivos, mas em uma coreografia que parece destacar somente essas particularidades quando, claramente, ela poderia entregar mais. Por último, o solo de composição livre Minha raiz, da Escola de Dança Praia Clube, mesclou toques de jazz com contemporâneo resultando em uma criação repleta de quedas e rolamentos protagonizada por uma bailarina com bom trabalho técnico.
Mostra infantil espelha realidade do momento
Um charme do Festival de Dança do Triângulo é a Mostra Infantil, possivelmente a mais afetada pelo contexto da pandemia de Covid-19. Essa é uma constatação fácil diante da programação escalada para a edição 2021, na qual há um número reduzido de participantes em relação a anos anteriores. Além disso, esses estudantes estão concentrados em duas escolas e há pouca diversidade de estilos, com a grande maioria das obras focadas no balé.
É o caso, por exemplo, do Passo de Art Studio de Dança, com três coreografias na seleção. Em Au Revoir, vemos uma bailarina expressiva e que encarna com graça a personagem de uma pequena viajante. Já no neoclássico Doce Instante, a solista carrega várias qualidades, como os pés alongados e fortes, além de eixo de giro. Uma dica é trabalhar melhor as transições entre os passos para garantir a fluidez da coreografia. O terceiro trabalho do grupo é Music and Me, um trio delicado em que cada uma das bailarinas tem seu momento de destaque. No entanto, juntas, elas exalam cumplicidade em uma bem bolada interação sobre um banco.
Outra instituição com três trabalhos na Mostra Infantil foi Escola de Dança CRSN, dessa vez com um trio de coreografias todas assinadas por Fernando Borges. No balé Valsa Vienense, vemos um conjunto costurar a sala para dançar em três tempos com confiança e ensaio caprichado, algo que também está presente no trio de balé Andorinha Imperial, dançado por meninas bem jovens mas já com bom direcionamento cênico e alegres em sua interpretação para uma coreografia adequada às suas idades, uma característica partilhada ainda pelo conjunto de composição livre Tarde de domingo.
Último representante clássico da mostra ainda não citado aqui, o Sonhart Studio Ballet apresentou Camponesas das flores, em que a dupla de bailarinas em cena estabelece e mantém uma boa conexão entre si durante toda a exibição. Em outros estilos, houve ainda participação da Nana Gonzaga Cia de Dança com Gitanita, um solo de dança cigana com um bem articulado manejo de manto – cabe à professora explorar mais a interpretação da pequena bailarina. O Ballet Samanta Florindo apresentou também One beat, um animado solo de jazz que investe na energia de sua intérprete, e Hold on to me, um solo de composição livre no qual a intérprete apresenta domínio de diferentes intensidades de movimento e desenvoltura ao lidar com o espaço.
Resistência e resiliência dão o tom na quarta noite do Festival
por Amanda Queirós
Testemunhar a maturidade cênica de uma artista como Valeska Gonçalves é sempre um prazer. Afinal, estamos falando de um corpo que se construiu em muitos palcos do Brasil e do mundo ao longo dos 17 anos em que a artista compôs o elenco da Quasar Cia de Dança ao lado do coreógrafo Henrique Rodovalho. Essa experiência está transposta no solo Titiksha, apresentado por ela com sua Nalini Cia de Dança na abertura da quarta noite do 28º Festival de Dança do Triângulo.
Um espetáculo de longa duração neste formato costuma ser um desafio para qualquer intérprete-criador. Diante da ausência de trocas com outros bailarinos em cena, é preciso uma atenção redobrada à construção dramatúrgica para guiar o espectador na jornada pretendida – e Valeska consegue isso praticamente sem sair do lugar.
A artista foi buscar na linguagem ancestral do sânscrito o título de sua obra. Originada na Índia, a expressão “titiksha” significa algo como resiliência, resistência ao sofrimento. Os 40 minutos em que a bailarina e coreógrafa permanece em cena traduzem esse conceito através de diversos estados corporais que vão da tensão à fluidez de forma absolutamente orgânica.
Sons da natureza conduzem o início do trabalho. Ouvimos o canto de pássaros, o relinchar de cavalos, o ritmo da água fluindo no rio. Ouvimos também um canto coletivo de indígenas, daqueles em que a pulsação em dois tempos é evidenciada, quase como a batida de um coração. Valeska traz essa referência para a cena a partir da história de Ajuricaba, um índio guerreiro da tribo dos Manaós que, ao ser capturado pelos portugueses na época do Brasil Colônia, preferiu atirar-se ao Rio Amazonas a se ver na condição de escravo.
A bailarina também se entende como uma guerreira. Em termos de imagem, isso é ressaltado pelas inscrições depositadas sobre seus braços e pernas, na maquiagem que reforça a expressividade do olhar e nos tons terrosos do figurino, mas esse conceito também deságua na narrativa elaborada por ela.
É indiscutível a influência de Rodovalho na movimentação apresentada, que explora a fragmentação de partes do corpo a partir do isolamento. Sobre um pequeno tapete retangular, com os pés colados no chão, a solista desenha o espaço apenas com os braços. Lentamente, esse impulso reverbera sutilmente para o tronco, os quadris e as pernas para só então também tomar conta dos pés, ampliando as possibilidades cênicas da bailarina com curvaturas, torções e alternância de planos.
Tudo isso acontece dentro do espaço restrito do tapete mencionado, e é bonito perceber como essas limitações são apagadas a partir das inúmeras possibilidades de movimento traçadas bem na frente dos nossos olhos.
Nesses tempos em que o ato de dançar ficou confinado ao apertado espaço doméstico, Valeska demonstra o poder da subjetividade em ultrapassar as barreiras mesmo quando elas parecem intransponíveis. De certa forma, a luta da personagem que vemos em cena é a luta de todo artista hoje no Brasil: seguir trabalhando sem se entregar às dificuldades. Numa paráfrase com a música de Itamar Assumpção que marca a última cena, a toada, em último caso, é transformar em obra o sofrimento e a dor encontrados pelo caminho. Desistir, jamais.
Essa resiliência é também a tônica do próprio Festival e está aqui representada pelos bailarinos participantes que seguiram em plena atividade mesmo com todas as dificuldades e revelam novos trabalhos criados justamente no contexto pandêmico na Mostra Amadora e na Mostra Dança e Tecnologia.
É o caso, por exemplo, do Grupo Jovem Casa It na coreografia Água, na qual, além das máscaras utilizadas, fica clara a preocupação em manter as intérpretes com certo distanciamento umas das outras. Esse poderia ser um elemento limitador, mas o resultado dessa dança contemporânea guarda sua beleza na sintonia entre as intérpretes, no detalhamento dos gestos das mãos e, em especial, em um bem desenhado canon que remete a correnteza.
Outra apresentação na competição que ecoa a pandemia é Dueto Fora do Tom, do Talentos Centro de Dança, com uma coreografia de jazz para apenas duas pessoas que brinca com a questão da musicalidade justamente em um estilo bastante pautado por ela. Com graça, o elenco encena algo difícil para quem dança – interpretar o que seria o erro -, e faz isso com esmero.
Destaque da quarta noite de competição, a Escola de Dança Praia Clube apresentou Entretempos, um solo contemporâneo intenso e repleto de dinâmicas. Com desenvoltura, a solista dribla a distância da câmera para revelar uma interpretação destemida, com impulsões e retomadas ágeis e cheias de volume, conduzindo o público em sua jornada emocional. Vale ressaltar também a participação do grupo William Luciano de Oliveira no tango Bordoneo y 900, uma coreografia na qual a movimentação dialoga diretamente com a música e cresce justamente à medida que ela acelera e toma os corpos pela dança, algo observado mesmo diante da falta de contraste do figurino preto sobre preto e a distância da câmera para os bailarinos, interferindo na contemplação da agilidade das pernas do casal masculino.
Único representante do sapateado na noite, o grupo Atividança trouxe a coreografia A Negociação, um número inspirado no universo do musical “O Rei do Show”. A batida da música, por vezes, suplanta o som do sapateio ao chão, diminuindo levemente o impacto da apresentação.
Na mostra não competitiva, houve apenas um participante: o projeto Angel Hair Dança Inclusiva com a coreografia Respirando Amor, uma dança de composição livre na qual a solista se nutre da cadeirante em cena e se apresenta para ela, despertando o desejo de uma interação mais profunda entre as duas pessoas em cena.
No campo do balé, o Passo de Arte Estúdio de Dança apresentou uma graciosa variação feminina de Harlequinade em que os braços podem ainda absorver um pouco mais da musicalidade proposta. Na mesma seara, o grupo Atividança defendeu uma variação de Kitri (ato III) com uma solista tranquila na execução dos passos e que, justamente por isso, pode dedicar-se a incorporar mais trejeitos da personagem à interpretação. A última variação clássica da noite foi o Paysant da Escola de Dança CRNS, com um solista de boa presença cênica. Com um posicionamento de corpo mais bem trabalhado, especialmente nos croisés, ele pode valorizar ainda mais suas linhas.
Já no campo das danças étnicas, a dança do ventre foi defendida em propostas distintas pelo grupo Avalon Fusion e o Núcleo Shams de Danças. O primeiro mais uma vez foi buscar seu cenário no ambiente urbano na coreografia Raízes Tribal, um trio que convida a uma experiência inicial mais contemplativa e se desenvolve para uma convidativa festa. Já o segundo trouxe uma carismática intérprete em Baladi ala Accordion, com destaque para uma bem trabalhada movimentação de quadril. Em Aires de Albaycín, o Estúdio Flamenco Veruska Mendes evidenciou o estilo andaluz em um trio coeso e enérgico.
A noite contou ainda com dois representantes da Mostra Dança e Tecnologia. Em In, o grupo Nali Smallestana investiu em uma produção robusta. Apenas uma bailarina é emoldurada pela câmera, mas a edição se encarrega de criar diferentes dinâmicas e estabelecer a narrativa do que se apresenta. Há um quê de angústia na intérprete que, enclausurada no espaço de um quarto, estabelece o tempo inteiro diálogos com os elementos ali presentes, como uma cama, um espelho ou mesmo a lente da câmera, quebrando a quarta parede.
Entranhas – Parte 1, de Mariane Araujo Vieira, também traz uma inquietação. É uma obra que explora diferentes partes do corpo em planos inusitados e que suscitam curiosidade: a bailarina está dançando ao chão ou colada à parede? Está ali um corpo descobrindo a si mesmo e percebendo também suas potencialidades quando um efeito de edição duplica as imagens tais desenhos de testes de Rorschach, em uma viagem quase lisérgica de autodescoberta.
Terceira noite do Festival reforça lugar social da dança
por Amanda Queirós
Passamos o último ano e meio praticando e reforçando a necessidade de isolamento e de distanciamento social para o enfrentamento à Covid-19. Por isso, ver nos dias de hoje O Baile, da Cia It, ganha um impacto talvez impensado à época de sua estreia, em 2019. Apresentada em formato gravado na terceira noite do 28º Festival de Dança do Triângulo, o espetáculo nos faz reviver uma época aparentemente distante, de palcos repletos de gente, ao mesmo tempo em que, à sua maneira, aponta percalços que nos trouxeram, enquanto sociedade, até aqui.
O palco está nu, sem coxias, ocupado por 55 pessoas e também por parte do público, que testemunha tudo sentado em uma fileira ao fundo, de frente para a plateia. Como cenário, fitas do teto ao piso conferem texturas ao quadro e respondem aos movimentos de quem está em cena, assim como um tapete com centenas de papéis (seriam jornais?) amassados sobre o qual se desenrola a ação.
Desde o início fica claro que não estamos ali apenas para assistir, mas para viver uma experiência pela qual o diretor Jhonatan Machado Rios deseja conduzir o público – e ela não é exatamente palatável, apesar de estar longe de ser intragável. Vemos uma única pessoa ao centro, vestida de forma diferente das demais e sendo rechaçada por elas ao som do Hino da Independência Brasileira. Em seguida, é proferido um discurso repleto de dor, e crimes diversos são recitados um após o outro pelo elenco.
Aqui a dança-teatro ocupa o espaço do virtuosismo ou de demonstrações espetaculosas. Em vez disso, entram o silêncio e um lento caminhar que, ao ser executado em uníssono por um conjunto de muitos elementos, confere ar solene ao ambiente e abre espaço para que percebamos com nossos próprios corpos o peso de estar à margem do mundo, de ser invisibilizado ou de ver a vida perder o seu valor.
Os intérpretes cobrem então seus rostos e não é mais possível distinguir um do outro. Com suas individualidades postas de lado, eles são apenas uma massa em busca de uma forma. Sobre pernas de pau, uma figura surge no centro da cena para, em um momento de catarse, ser devorada por todos os demais. Maria Bethânia entoa Canto de Oxum, e os artistas reiniciam a ação caminhando, pouco a pouco, até formarem dois círculos em movimento contínuo, evocando um ritual de reencontro deles consigo mesmos e uns com os outros.
As máscaras caem, os rostos reaparecem e eles podem ser mais uma vez um coletivo onde cada um aporta o que lhe cabe. Ouve-se gritos que denunciam desespero e desalento, mas ouve-se também algo como o choro de um bebê, e esta é uma dor totalmente outra, porque ela prenuncia a chegada de algo. Para que um mundo novo nasça, é preciso que o velho morra. E é assim, com um toque de esperança um tanto agridoce, que a Cia It nos lembra quão especial pode ser reunir um grupo numeroso em torno de uma ideia consistente.
Vivida essa intensa experiência, a terceira noite do 28º Festival de Dança do Triângulo também nos recorda quantas outras possibilidades a dança oferece a partir de uma seleção de diferentes estilos na Mostra Amadora e na Mostra Dança e Tecnologia.
Único representante entre os não competitivos, o Studio Dance apresenta em Transitoriedade um conjunto delicado e bem ensaiado de balé com quatro artistas em formação que, para um aprimoramento técnico, podem trabalhar melhor o en dehors.
Entre os grupos competitivos, vale destacar o Grupo Jovem Casa It com o balé De tempo em tempo, de lugar a lugar, a Passo de Art Studio de Dança com o solo livre Títere e o Grupo Talentos com a coreografia No mundo inteiro.
Na primeira obra, um corpo de baile se desdobra em vários desenhos coreográficos, com bom uso de toda a sala de ensaio e um fluxo de entradas e saídas do enquadramento até então pouco explorado pelos participantes do Festival, mas que é eficiente para pontuar mudanças de cena. No segundo número, vemos uma jovem bailarina que magnetiza a lente da câmera com suas linhas alongadas, bastante exploradas pela coreografia. O solo pode crescer ainda mais com um trabalho pontual na expressividade dos braços e no foco do olhar da intérprete. Já a terceira apresentação defende uma dança livre com elementos de jazz, acrobacias e passinho na batida de Tropkillaz. Apesar de um excesso de frontalidade na composição, o elenco apresenta tudo com muita energia e contagia o público com naturalidade.
Ainda na toada do jazz, o Sonhart Studio Ballet aposta na conexão entre as bailarinas na coreografia Amarras, variando entre aproximação e distanciamento, e em uma certa liberdade na concepção do solo masculino Para onde?.
A noite contemplou ainda o balé Words by the Way, com o bem ensaiado grupo Arte do Corpo; uma remontagem da variação feminina de Harlequinade do Centro Cultural Casa It com interpretação correta que pode se fortalecer com exercícios de musicalidade; o flamenco de Fandangos de Huelva, com o Estúdio Flamenco Veruska Mendes e sua aposta em uma abordagem tradicional desta linguagem; o trio Segredos do Amor, com a Thássia Camila Danças Orientais em uma releitura mais poética que vibrante do estilo Bollywood de se dançar; e a maturidade cênica do solo de dança cigana La Gitana, com a Nana Gonzaga Cia de Dança.
Na mostra Dança e Tecnologia, Dyego Borges se vale do dispositivo da câmera para expandir as possibilidades de ação de seu próprio corpo e extrapolar os limites de sua deficiência no videodança Corpo Def. Mariana Dias também se aproveita dos recursos audiovisuais para a produção de Dois em um, no qual ela contracena o tempo inteiro com outra versão de si mesma, algo possível apenas por ferramentas de edição, em um trabalho bastante convincente da própria ilusão que cria.
Amor, liberdade e prazer pela dança tomam conta da segunda noite do Festival
por Amanda Queirós
Alguns temas são universais e, por isso mesmo, inspiram produções artísticas há séculos. É o caso de Amar.te, espetáculo da Interpasso Cia de Dança que abriu a segunda noite do 28º Festival de Dança do Triângulo.
O título da obra indica desde o início o universo sobre o qual o diretor Cassiano Rodrigues deseja falar: os caminhos e descaminhos do amor, algo tão abrangente quanto desafiador. O fato de a companhia ter as danças de salão como base técnica já é um passo nesse sentido. Afinal, tratam-se de danças criadas, em sua grande maioria, a partir do encontro e da relação com o outro – e o que é o amor senão isso?
A multiplicidade de ritmos e de estilos de dança encenados espelha a própria diversidade do amar. Tango, samba de gafieira, forró, valsa… Tudo tem seu espaço no espetáculo, e há uma clara preocupação em alternar cenas animadas com outras mais introspectivas. Aliado a um repertório musical de vertente popular, esse item confere ritmo à narrativa apresentada, ainda que as escolhas não pareçam, a princípio, conversar entre si.
A assinatura coreográfica é coletiva, realizada por todos os bailarinos, e é mais potente na conexão entre os passos do que na pantomima, que acaba por sugerir formas de ler cada cena, limitando as possibilidades de criação de sentidos para o que se vê.
Ao se livrarem dos tradicionais sapatos de dança de salão, as bailarinas ganham mais liberdade para incorporar referências de outras linguagens como o balé e técnicas de dança contemporânea. Essa riqueza gestual e a exploração de diferentes configurações de partinerie (mulher com homem, homem com homem, mulher com mulher) são pontos positivos do trabalho.
Criado em 2018, o espetáculo não foi pensado especificamente para o formato audiovisual e isso implica algumas dificuldades para transpor a ambientação buscada no palco também para quem está do outro lado da tela. A câmera fixa e distante afasta, por exemplo, uma conexão do público com as expressões dos intérpretes e a iluminação não favorece as projeções que compõem o cenário. A expressividade do corpo, portanto, é a principal chave de leitura para o trabalho, algo que o elenco da Interpasso Cia de Dança ostenta com clara paixão.
Para além da apresentação de Amar.te, a segunda noite do Festival marcou ainda o início da mostra amadora e a estreia da categoria dança e tecnologia. Entre os grupos não competitivos, estiveram Nana Gonzaga Cia de Dança, com a obra Baile Cigano, e o Studio Dance Daniela Reis, com o trio Despreguiçar.
Ao posicionar a câmera próxima ao chão – um ângulo pouco usual para a dança -, o primeiro trio valoriza um dos elementos mais importantes da coreografia de inspiração cigana, que é o balanceio das saias, destacando as ondulações e texturas dos tecidos que ganham forma a partir do movimento do trio de bailarinas.
É diferente do segundo grupo, que tem sua imagem gravada do alto, em um registro parecido com o de uma câmera de vigilância a espiar três adolescentes em uma brincadeira com o ato de despertar. A coreografia de jazz apresenta forte exploração do chão e é bem marcada. Uma dica é trabalhar mais a fluidez na transição entre os passos e a entrega das garotas a eles.
Entre os trabalhos participantes da mostra competitiva, destacam-se o solo contemporâneo Ímpeto, do Centro Cultural Casa It, no qual a bailarina faz bom uso do espaço cênico e também dos diferentes planos de composição, indo com desenvoltura do chão ao plano alto, e Trisquel, da Escola de Dança Malu Vidal, na qual um trio feminino bem conectado entre si explora suas linhas alongadas e dinâmicas de aceleração e desaceleração.
A categoria Dança e Tecnologia estreou no Festival com dois trabalhos. Em Sabotagem, Aline Pinheiro da Rocha faz uso dos recursos audiovisuais com engenhosidade. Ao optar pela imagem em preto e branco e jogar com diferentes posicionamentos de luz, a bailarina transforma o solo em um trio, dialogando com duas versões de sua própria sombra, cada uma em uma parede, criando relações instigantes entre o movimento do corpo e suas projeções.
Outro grupo a investigar essa linguagem foi o Avalon Fusion, com a obra Corpo Floresta. A proposta coloca a estética da dança do ventre em meio às árvores, ressaltando a conexão do indivíduo com a natureza e as trocas e rituais de cada um com esse ambiente. O uso excessivo de filtros deixa pouco espaço para que a dança se revele por si própria – algo melhor resolvido na segunda obra apresentada pelo grupo, dessa vez na mostra competitiva. Empoderar causa impacto desde a cena inicial ao localizar a dança do ventre em um ambiente urbano, diante de um mural grafitado. A conexão com as danças de rua e um leve movimento de câmera indicam um caminho instigante e que vale a pena ser esmiuçado.
Ainda na mostra competitiva, Time to Run, do Ballet Samanta Florindo, propõe um jazz com referências das danças de rua. O trio pode trabalhar melhor a execução de giros e as finalizações para ressaltar o impacto em cada sequência. O acabamento também é uma questão em In-frente, da Escola de Dança Malu Vidal. Ainda que seja um trabalho de estilo livre, caberia uma atenção à execução e à sintonia entre os intérpretes do duo.
No solo livre Flor do Cerrado, Suelen Sol se vale da paisagem ao redor em um pas de deux com um arco. As oscilações que o vento provoca em sua roupa, bem como as sombras da luz do sol, são aliadas na composição da imagem deste trabalho com clara inspiração circense.
Na coreografia Analisa, Banaliza, Gabriela Carolino de Paiva Sousa demonstra bom domínio de seu sapateado e dança em prol do próprio prazer de dançar, uma lembrança importante em tempos de pandemia.
A Academia Ritmo Dança de Salão aposta no samba de gafieira na coreografia Sambazilla, que apresenta a sobriedade de um figurino preto e branco, provocando um interessante contraste com a espontaneidade e o gingado dos bailarinos.
O preto e branco também está no figurino de Pássaro Liberto, da Escola de Dança CRNS. A apresentação de jazz fechou a noite reunindo um grupo numeroso para falar de liberdade. A coreografia guarda elementos interessantes e o tema é pertinente após tanto tempo de isolamento social, mas o espaço disponível afeta a execução dos passos, restringindo justamente a tal liberdade a qual se propõe.
Variando entre temas como amor, liberdade e tecnologia, a segunda noite do Festival de Dança do Triângulo ressaltou a paixão pela dança como motor de cada intérprete.
por Amanda Queirós
Pixel é a menor unidade possível de imagem. Estamos falando de um pequeno quadrado que, disponível em uma tela, assume diferentes cores dependendo de como é iluminado.
Faz sentido, portanto, que Pixel – a obra do francês Mourad Merzouki escalada para abrir o 28º Festival de Dança do Triângulo – comece justamente com o brilho amarelado de pequenas lâmpadas dispostas pelo palco, como “pixels” analógicos e incandescentes que, ao se acenderem, dão início ao espetáculo que veremos a seguir.
Pouco a pouco, essas lâmpadas caminham pelo palco até alcançarem o telão ao fundo e, nesse momento, faz-se a mágica elaborada pelas projeções concebidas pelos designers digitais Adrien Mondot e Claire Bardainne: pixels parecem sair de cada feixe de luz em ondas oscilantes, como feixes de fumaça rumo ao céu.
Fica evidenciada de pronto a ponte que o coreógrafo deseja fazer entre o mundo das coisas palpáveis e aquele das telas e das novas tecnologias. O que Merzouki busca em Pixel é borrar as fronteiras entre esses dois ambientes, devolvendo ao público o maravilhamento de estar diante do novo e deixar-se afetar pelo que ele pode trazer.
Um dos trunfos do espetáculo está na atenção cuidadosa a todos os detalhes. Não são apenas os bailarinos que são coreografados, mas também as projeções e a música original criada por Armand Amar. Para criar os efeitos desejados, todos precisam estar em perfeita sintonia. Os pixels são projetados ao fundo e no piso do palco (imagens especialmente interessantes na versão apresentada gravada, com câmera disposta sobre a cena), “conversando” o tempo inteiro com o movimento em cena para dar a ilusão de que os bailarinos interferem e conduzem a trajetória deles. Se um bailarino dá passos a mais ou a menos, esse arrebatamento se quebra. A escuta atenta dos integrantes do elenco entre si e com o entorno indica um admirável trabalho de ensaio realizado pela companhia francesa Kafig.
Vemos pixels se agitarem de muitos modos e em dinâmicas variadas. Eles “caem” do telão para o chão, são atirados ao ar como grãos de areia, despencam como chuva, oscilam como ondas… Os pixels espelham os movimentos dos próprios bailarinos que, influenciados pelo hip hop, apresentam movimentos ora fragmentados, ora fluidos. Mas, dentro do universo criado por Merzouki, por que não pensar que os bailarinos são afetados pelas diferentes estruturas assumidas pelos pixels?
A beleza de Pixel está em abraçar esta ambivalência. Seria fácil fazer com que a tecnologia roubasse a cena, mas ela só faz sentido aqui ao se relacionar com o corpo, a matéria-prima da dança. Em cena, vemos os bailarinos se reorganizando o tempo inteiro, de diferentes modos, tais como os pixels projetados, seja incorporando novas técnicas a sua movimentação, como patinação e técnicas circenses, seja redescobrindo espaços que se desenham ao seu redor. Com isso, vão criando diferentes paisagens e conduzindo o público em uma jornada de encanto.
Um pixel isolado não passa de um pontinho de luz. A soma de vários deles é o que cria imagens, e pode-se falar que, de certo modo, é isso o que acontece no trabalho de Merzouki. Cada bailarino tem sua individualidade e sua forma de se mover, mas somente juntos eles conseguem criar algo da potência de Pixel.
A noite de abertura do 28º Festival de Dança do Triângulo se completou com a apresentação de Seis Solos para Lobos, da Cia Tribus/Núcleo de Pesquisa e Movimento, de Praia Grande, no litoral de São Paulo. Ao anunciar uma sequência de solos, o título já carrega em si um indício de que este é um trabalho criado em tempos de pandemia, na qual o distanciamento tornou-se uma questão.
A obra com direção de Daniel Rolim é feliz ao jogar luz sobre Heitor Villa-Lobos (1887-1959) antes das homenagens que o compositor receberá no ano que vem com as comemorações do centenário da Semana de Arte Moderna de 22. É com uma alusão a este momento, aliás, que se inicia a apresentação, em um momento de videodança com três bailarinas representando esculturas expostas por ele nesse evento pivotal para o modernismo brasileiro. Elas ganham vida e, dançando, tomam o palco tal como musas a inspirar o compositor.
A estética desse momento é bem distinta da que vem a seguir: um encadeamento de cenas gravadas sobre o palco, com majoritariamente com câmera frontal, que evocam diferentes passagens da vida de Villa-Lobos, revelando um pouco de suas inspirações e inquietações em coreografias ao som dos Choros e das Bachianas do mestre compositor encenadas por um elenco 100% feminino.
Rolim injeta uma identidade particular a cada solo e explora a musicalidade em cada um deles, sendo mais feliz quando explora o aspecto sensorial em detrimento do literal. No conjunto, as repetições provocadas por um excesso de canons ameaçam o final vibrante.
A dança se conecta à música a partir do diálogo entre popular e erudito. Se nas partituras o homenageado incorporou referências brasileiras a um modo tradicional de composição, nos movimentos o coreógrafo se esforça para também imprimir novos ares ao balé clássico com toques de dança contemporânea e os próprios corpos das bailarinas que, por serem brasileiras, já transformam esta linguagem por si só. Testando novas relações com o presente, a dança se afirma enquanto linguagem do aqui e do agora e revela, assim, seu lugar de leitura do mundo.
Neste domingo (31), o Palco Livre chega ao fim rememorando vários momentos do Festival de Dança do Triângulo de edições anteriores que aconteceram de forma presencial. Serão 12 apresentações (confira abaixo) que estão sendo exibidas de forma on-line, a partir das 17h. A edição especial “Memória do Festival” celebra a história do tradicional evento marcando o encerramento do Palco Livre.
Mesmo com o encerramento do Palco Livre, as movimentações artísticas e culturais continuam a todo vapor com a abertura do 28º Festival de Dança do Triângulo. O evento começa na próxima terça-feira (2) e finaliza dia 7 de novembro exibindo várias modalidades e coreografias selecionadas por profissionais conceituados da área. Devido à pandemia da Covid-19, também não haverá performances presenciais. As apresentações serão exibidas aqui no canal da Prefeitura de Uberlândia.
Confira abaixo a programação do Palco Livre deste domingo (31)
A programação cultural de domingo (24) já está garantida com mais uma apresentação on-line do Palco Livre, que contempla o 28º Festival de Dança do Triângulo, organizado pela Prefeitura de Uberlândia por meio da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo.
Com o tema “Nos desafios de um novo tempo”, as apresentações estão acontecendo todos os domingos durante o mês de outubro. O formato virtual foi escolhido este ano devido à pandemia, garantindo a realização do evento com toda segurança.
Apresentações de domingo (24):
Confira mais 16 apresentações de artistas, grupos e companhias de dança que participam do Palco Livre do 28º Festival de Dança do Triângulo. Devido à pandemia, o evento este ano está sendo realizado de forma virtual e sendo transmitido aqui no canal da Prefeitura no Youtube.
Com o tema “Nos desafios de um novo tempo”, as apresentações estão acontecendo todos os domingos durante o mês de outubro. A iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo é uma oportunidade de levar a arte de cada participante para várias telas, sem desrespeitar as normas de biossegurança em vigor.
Apresentações deste domingo (17):
Confira o primeiro dia de apresentações do 28º Festival de Dança do Triângulo, que neste ano está sendo transmitido on-line, como o tema: “Nos desafios de um novo tempo”. A iniciativa da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, da Prefeitura de Uberlândia, em parceria com o Sistema Martins, é uma oportunidade de levar a arte de cada participante para várias telas, sem desrespeitar as normas de biossegurança em vigor. As apresentações do Palco Livre serão transmitidas aos domingos do mês de outubro, dias 10, 17, 24 e 31, às 17h.
Neste domingo (10), você confere:
Edital Festival de Dança do Triângulo