Endereço: Praça Coronel Carneiro, 89.
- Tombada como Patrimônio Histórico Municipal pela Lei nº 4.217 de 15/10/1985- (Alterada pelas Leis de nº 12.299, de 19/11/2015 e nº 12.593, de 28/12/16).
- Registrado no Livro do Tombo Histórico, Inscrição III, pág. 05.
- A Casa da Cultura foi construída entre os anos de 1920 a 1924 pelo Sr. Eduardo Marquez, Agente Executivo do Município nos anos de 1923 a 1926. O projeto arquitetônico da residência foi inspirado em um palacete paulista que o Sr. Marquez conheceu em uma de suas viagens a São Paulo, de onde trouxe fotografias e desenhos.
- O projeto foi confiado ao engenheiro Fernando Paes Lemes, e a construção ficou a cargo do empreendedor Américo Zardo. Esta foi uma edificação muito imponente para a época, pois empregava materiais oriundos do exterior e de outros estados, tornando-se destaque no cenário urbano.
- O edifício tem características do estilo eclético agrupando em sua linguagem elementos de estilos historicistas, em voga nos grandes estados brasileiros como o clássico frontão e ornamentos que remetem ao bucolismo romântico, possuindo o corredor alpendrado que faz alusão à tradicional varanda colonial. O porão apresenta um pavimento térreo com alicerces de pedra moída e alvenaria estrutural de tijolos maciços, acompanhando quase totalmente o volume da casa, com esquadrias de madeiras aliadas ao vidro, cujo gradil aparece apenas no porão.
- As esquadrias do primeiro piso têm portas e janelas em madeira e vidro, compostas de duas folhas. Neste pavimento, o piso em parquete apresenta madeira trabalhada em tons claro e escuro; no salão lateral direito e no salão principal, tanto o piso como o forro possuem tratamento diferenciado, observado pelo primor na colocação das peças, originando desenhos simétricos. As paredes internas são revestidas por pintura em tom pastel, apresentando um tom ocre nos barrados e alguns cômodos são ornados com pinturas decorativas.
- No ano de 1932 o Coronel Eduardo Marquez vendeu o imponente imóvel ao Senhor João de Oliveira Guimarães que logo o repassou, no ano de 1937, ao Dr. Laerte Vieira Gonçalves que realizou algumas intervenções na arquitetura.
- Dr. Laerte pretendia transformar parte do imóvel em Casa de Saúde e Maternidade, desta forma, ele mandou construir um anexo na lateral voltada para a Rua XV de Novembro, destinado a ser sala de cirurgia e de esterilização. Apesar das críticas recebidas pela intervenção, as alterações não descaracterizaram o imóvel, pois foram realizadas acompanhando o estilo arquitetônico e também conservou os elementos decorativos da fachada. No imóvel foram desenvolvidas atividades médico-hospitalares até o ano de 1961, quando foi alugado pelo Estado para ser uma Delegacia Regional de Polícia.
- Por aproximadamente 20 anos a edificação foi utilizada pelo governo estadual para fins diversos até no ano de 1983. Foi Delegacia de Polícia, Centro Regional de Saúde, Superintendência Regional da Fazenda e, finalmente, por não ter nenhuma função definida, serviu também para depósito de material roubado ou inutilizado. Em 1975, através do Decreto 16.985, o Estado desapropriou o imóvel dos herdeiros do Dr. Laerte.
- O palacete resistiu de pé às mazelas daquele período conturbado da história do país, ao desgaste do tempo e às intervenções humanas, entretanto, as marcas deste passado ficaram simbolizadas no descaso com a sua preservação.
- No início da década de 1980 aconteceu a criação da Secretaria Municipal de Cultura e também a assinatura de um contrato de comodato entre o Estado com o Município, segundo o qual a edificação deveria se tornar a Casa da Cultura. Após entendimentos políticos, o imóvel foi definitivamente doado à cidade de Uberlândia, em maio de 1984, sob as mesmas condições.
- A Casa Da Cultura resiste e se impõe agarrada às reminiscências do ontem e antenada ao processo interativo do hoje.