Endereço: Praça Professor Jacy de Assis, s/n – Centro
- Tombado como Patrimônio Histórico Municipal pelo Decreto n° 20.874, de 28 de dezembro de 2023. Registrado no Livro do Tombo Histórico, Inscrição XXII, pág. 32.
- A história da construção da estrutura arquitetônica que hoje abriga o Centro Municipal de Cultura antecede o ideário que motivou sua construção. Este espaço urbano se formou nos anos finais do século XIX, mais precisamente em 1895, com a ocupação do terreno pela Estação Ferroviária Mogiana que ligava Uberabinha a Campinas e São Paulo, propiciando o leva e traz de pessoas, mercadorias, obrigando a cidade a se modernizar tendo em vista o progresso trazido pela ferrovia. A cartografia urbana proposta pelo engenheiro da Mogiana, James John Mellor, fez essa conexão entre núcleo urbano e estação ferroviária.
- A cidade cresceu, seu nome mudou para Uberlândia em 1929, a população se multiplicou. Neste processo, a precursora do progresso, a Mogiana, passou a ser considerada um entrave para o trânsito de pedestres e veículos, algo obsoleto que deveria ser removido para área periférica, deixando o Centro da cidade livre para o progresso. Em 1970 a estação foi demolida e seus trilhos foram removidos para o Bairro Custódio Pereira, deixando esse grande terreno situado na área central para novas propostas do poder público sobre seu uso. Segundo a planta de Ary Garcia Rosa e Roberto Burle Marx, o terreno seria ocupado pelos três poderes (Prefeitura, Câmara e Fórum), acrescidos de lugares de convivência social, como: teatro de arena, restaurante, pista de patinação e ciclismo, playground, estufa, aquário e estacionamento.
- Desde o ano de 1922, a sede do Judiciário de Uberlândia ocupava um belíssimo imóvel, demolido em 1981, onde hoje se localiza a Receita Estadual, na Rua Duque de Caxias, esquina com a Avenida Afonso Pena. Esse espaço apresentava limitações espaciais, que dificultavam o funcionamento forense. Portanto, com o financiamento do Governo Estadual, foi erigida, entre 1972 e 1977, no terreno entre as Avenidas, Floriano Peixoto, Afonso Pena, João Naves de Ávila e Rua Coronel Antônio Alves Pereira, a estrutura arquitetônica de estilo brutalista de concreto armado protendido e aparente, em formato de um grande prisma, apoiado sobre oito pilares octogonais, obra essa assinada pelos arquitetos Roberto Pinto Manata e José Carlos Laender de Castro. O nome do Fórum foi mantido em homenagem ao juiz Abelardo moreira dos Santos Penna.
- Durante 40 anos a estrutura cumpriu seu papel de abrigar o poder Judiciário local, mas, após a construção de novo espaço na Avenida Rondon Pacheco, em 2017 o imóvel foi desocupado. Em virtude da localização privilegiada e das referências históricas e espaciais, população e estudantes de Arquitetura da Universidade Federal de Uberlândia, manifestaram o anseio de que o prédio fosse ocupado por atividades culturais. Assim, em maio de 2018 foi publicado o edital de tombamento provisório da edificação e em julho do mesmo foi assinado o termo de cessão de uso entre o município e o Tribunal de Justiça de Minas Gerais. O tombamento definitivo aconteceu em dezembro de 2023.
- Após um período de reformas para adaptação do edifício paro o uso do CMC, em fevereiro de 2020 o prédio foi reinaugurado. Atualmente, abriga o Arquivo do Fórum, a Casa da Banda, a Biblioteca Municipal, galerias, playground e Gabinete da Secretaria de Cultura e Turismo.