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Endereço: Praça Clarimundo Carneiro s/n
- Tombado como Patrimônio Histórico Municipal pela Lei nº 4.209 de 25/09/1985. Registrado no Livro do Tombo Histórico, Inscrição II, pág. 04.
- A Praça Clarimundo Carneiro ocupa a área onde foi construído o segundo cemitério da cidade. Esse cemitério foi desativado em 1898, e a partir de 1908 iniciou-se o processo de regulamentação da área junto ao Bispado objetivando desapropriações de terrenos do seu entorno para a construção de um Jardim Público no local, assim como de um prédio para abrigar o Paço Municipal.
- O primeiro nome que a praça recebeu foi Praça da Liberdade. Esta denominação talvez esteja em sintonia com o momento histórico tendo em vista que o país estava vivendo os primeiros anos da Proclamação da República.
- Posteriormente, o local passou a denominar Praça Antônio Carlos (1929) e, novamente, podemos relacionar ao momento político que o país passava, pois este era o nome do Interventor do Estado daquele período, que ficou conhecido também como “Era Vargas”.
- Passados aqueles anos, em 1961, a praça passou a se chamar Praça Clarimundo Carneiro, em homenagem a um importante empresário local que desenvolveu suas atividades em Uberlândia nos primeiros anos do século XX.
- A praça foi projetada pelo construtor Cipriano Del Fávero e tinha como finalidade oferecer ornamentação paisagística ao edifício do Paço Municipal, cujo projeto também foi de sua autoria. Inicialmente estava previsto, além do Paço, a construção de dois coretos.
- Na década de 1920 foi cogitada a ideia de se construir o edifício do Fórum na praça, em lugar desses coretos. Entretanto, optou-se pelo Coreto, sendo construído apenas um, entre os anos de 1925 e 1927.
- Ao longo dos anos, devido às questões relacionadas ao tráfego urbano, a Praça sofreu várias interferências no seu contorno e em seu paisagismo. A alteração mais significativa foi a modificação de seus canteiros originais, com troca das espécies de médio porte para plantas de pequeno porte. O argumento para tal reforma, feita também em outras praças da cidade, foi diminuir a violência que ocorria no interior dos jardins escuros, cuja vegetação obstruía a visibilidade de quem andava ao seu redor.
- Esse conjunto – Praça, Coreto e Edifício da Câmara (Palácio dos Leões) – é um espaço muito importante e significativo da cidade, pois representa o esforço de se construir uma cidade pautada nos atributos da urbanística moderna. Em 25 de setembro de 1985, ficou reconhecido o valor deste conjunto que foi tombado por lei municipal e oficialmente nomeado Patrimônio da cidade.
- O Museu Municipal ocupa o prédio que foi construído para abrigar o Paço Municipal da cidade que até 1929 era conhecida pelo nome de Uberabinha.
- O município de Uberlândia foi criado pela Lei nº 3.643 de 31 de agosto de 1888, sua instalação se deu em 14 de março de 1891, tendo como sede um casarão alugado, no qual funcionava o Poder Judiciário, o Legislativo e o Executivo, pois naquela época o Presidente da Câmara era também o Agente Executivo.
- Nos últimos anos do século XIX, após a Proclamação da República, decidiu-se que a cidade deveria ter um prédio imponente, que correspondesse aos ideais de beleza e modernidade que o momento exigia. Assim, em 1898 foi elaborada a Lei Municipal nº7, que determinou a construção de um edifício par abrigar o Paço Municipal.
- O local escolhido, atual Praça Clarimundo Carneiro, criou polêmica porque, parte do terreno havia sido um cemitério. O projeto e a construção ficaram a cargo de Cipriano Del Fávero, e a sua inauguração se deu em 1917. Foi o primeiro edifício de dois pavimentos na cidade e, durante algum tempo, o único.
- Com o crescimento das atividades administrativas do Município, o espaço físico do prédio tornou-se insuficiente. Por isso, as atividades foram transferidas e, em 1993, quando o Poder Legislativo ocupou as novas instalações do Centro Administrativo, o prédio passou a abrigar o Museu Municipal.
- O estilo arquitetônico do prédio é conhecido como eclético, pela mistura de diversos outros, que compõem sua construção, característica do século XIX no Brasil.
- O Coreto integra o conjunto urbanístico formado pela Praça Clarimundo Carneiro, constituído pela própria praça e o Palácio dos Leões. A obra foi inaugurada em julho de 1925, durante a administração do Agente Executivo Sr. Eduardo Marquez (1923–1927). Este administrador tinha uma atenção especial com os jardins públicos e, desta forma, sua gestão ficou conhecida pela população como o “Governo das Flores”.
- Em uma de suas visitas a São Paulo, Eduardo Marquez se encantou com o coreto de um jardim público. Decidiu então construir aqui, em Uberabinha, uma obra parecida. Trouxe consigo fotografias e plantas que o ajudariam na execução do projeto. Chegando aqui, procurou o construtor Américo Zardo que o informou que a obra ficaria em cinco contos de réis. Achou muito caro e, por falta de recursos, desistiu.
- José Andraus Gassani, um empresário sírio-libanês local, não aceitando o desânimo do amigo, resolveu abraçar a causa e fez uma relação das pessoas que poderiam colaborar. Ele e o Agente Executivo foram os primeiros nomes da lista doando cinquenta mil réis cada um.
- A construção foi feita em frente ao Paço Municipal que já havia sido inaugurado em 1917, quando a praça ainda se chamava Praça da Liberdade. Em 1929, o lugar passou a se denominar Praça Antônio Carlos e, em 1961, Clarimundo Carneiro.
- O Coreto sofreu poucas alterações ao longo dos anos. As mais significativas, em épocas não determinadas, foram a instalação de banheiros no térreo, a redução dos pilares de alvenaria que tinham prolongamentos decorativos no nível do solo e delimitavam espaços entre os quais eram colocados bancos, a alteração das portas do primeiro pavimento e a retirada do forro de madeira.
- A restauração de 1986 preservou os elementos originais, com exceção das portas do pavimento térreo, que foram substituídas por portas metálicas. Em 2006, foi revitalizado através de um processo de pintura total do bem.